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Crianças veganas: benefícios e riscos

João Moura tem três filhos, todos vegetarianos. No seu restaurante não entra comida processada
João Moura tem três filhos, todos vegetarianos. No seu restaurante não entra comida processada
RUI DUARTE SILVA

Alimentação. As famílias vegetarianas e veganas estão convencidas de que as dúvidas sobre este padrão alimentar nas crianças se sustentam em falta de informação. A Direção-Geral da Saúde alerta para a necessidade de um bom planeamento das refeições e aconselha vigilância por profissionais

Cláudia Maestre não come carne nem peixe há um ano. É vegetariana estrita e mãe de uma menina de dois anos que adora bolonhesa de lentilhas e de vegetais e arroz de açafrão com tofu. A filha, diz Cláudia, está em transição para o vegetarianismo, mas, como na creche que frequenta não há a opção vegetariana, está a pensar fazer uma de duas coisas: escolher outra escola ou passar a mandar-lhe as refeições. Esta dieta é para manter. “A American Dietetic Association deixa claro que é possível uma criança ser vegetariana desde que a dieta seja bem preparada por um nutricionista e os pais assumam a oferta seletiva de alimentos e se mantenham atentos”, justifica. Cláudia Maestre também é nutricionista.

No seu caso, o vegetarianismo foi uma opção gradual. Primeiro, foram as preocupações ambientais, que aumentaram depois de muitos documentários e textos sobre o tema; a segunda e terceira motivações foram a saúde e o tratamento dado aos animais. Hoje garante estar satisfeita com a “exploração que fez da cozinha e a descoberta dos novos sabores”. Atualmente é relativamente fácil manter uma dieta sem proteína animal, pois abundam os produtos disponíveis nos supermercados para satisfazer a procura crescente. Em Portugal, em 10 anos, de 2007 para 2017, quadruplicaram os vegetarianos e veganos: cresceram de 30 para 120 mil, segundo o Centro Vegetariano. Um estudo da consultora Lantern, de 2019, apontava que existiam 764 mil adultos veggies em Portugal, uma categoria que junta vegetarianos, veganos e flexitarianos, ou seja, gente que de vez em quando dá uma garfada na proteína animal. Este segmento é o que mais tem crescido, com 628 mil pessoas.

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