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"Vamos na direção contrária" é o aviso: Painel de Alterações Climáticas prepara novo relatório até 9 de agosto

"Vamos na direção contrária" é o aviso: Painel de Alterações Climáticas prepara novo relatório até 9 de agosto
NOAA/Unsplash

Começou em Genebra a reunião de duas semanas para analisar e aprovar o documento de avaliação que explica porque estão a ocorrer fenómenos climáticos extremos em várias partes do mundo, e pretende urgir os países à ação

O Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas iniciou esta segunda-feira uma reunião de duas semanas para analisar e aprovar a primeira parte do seu sexto relatório de avaliação, momento que coincide com fenómenos climáticos extremos em várias partes do mundo.

"Dissemos ao mundo que a ciência falou, agora compete aos responsáveis políticos adotarem ações", disse, na abertura da reunião, Hoesung Lee, que preside ao Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

Com o título "Alterações climáticas 2021: a ciência física que a sustenta", o relatório, que se prevê seja apresentado a 9 de agosto, tem novos dados que explicam porque é que o clima mudou e o papel humano em fenómenos extremos como as recentes inundações na Europa Central, China e Índia e a onda de calor nos Estados Unidos e Canadá.

Relatório irá ainda avaliar o impacto da pandemia covid-19 nas alterações climáticas

O relatório servirá de base científica para a Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP26) que juntará decisores políticos entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, no Reino Unido.

Organismo criado no seio da ONU, o IPCC publica este tipo de relatórios a cada seis ou sete anos. O anterior foi divulgado em 2014 e serviu de base para as discussões que conduziram ao Acordo de Paris, de 2015.

A diretora-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Msuya Joyce, realçou que o relatório de 2021 dará ao mundo uma melhor compreensão sobre os fenómenos extremos e o impacto da pandemia da covid-19 nas alterações climáticas e na poluição do ar e manifestou-se confiante de que o documento estimule "uma ação global" à medida que se aproxima a COP26, cuja realização em 2020 foi cancelada devido à pandemia.

"Depois de anos de promessas, mas não de ações suficientes, [os fenómenos climáticos extremos] são advertências para superarmos esta crise que ameaça o nosso futuro coletivo", sublinhou.

A secretária-executiva da ONU para as Alterações Climáticas, Patricia Espinosa, advertiu que a realidade está longe das metas do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

"Vamos na direção contrária, até com uma subida de 3ºC", afirmou Patrícia Espinosa, citando dados científicos.

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