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Quem são e o que querem os jovens ativistas que bloquearam a Rotunda do Relógio?

Quem são e o que querem os jovens ativistas que bloquearam a Rotunda do Relógio?

Já era quase meia-noite e à porta da 34ª Esquadra da PSP, nos Olivais, em Lisboa, dezenas de ativistas ainda esperavam pelos 26 manifestantes detidos durante o bloqueio à Rotunda do Relógio. Foram libertados a conta-gotas. “Estão a tentar cansar-nos, mas não vamos sair daqui”, diz um deles.

Quando saiu de casa para ir para um protesto climático contra a poluição emitida pelos aviões e o desinvestimento na ferrovia, Inês Seixas, de 28 anos não contava passar metade do seu sábado detida na 34ª Esquadra da PSP, nos Olivais, em Lisboa. “Falamos sempre nessa possibilidade quando vamos para uma ação de desobediência, mas esperamos sempre que não aconteça”, diz Inês, depois de passar 5h numa espécie de auditório, enquanto um agente da PSP passava para papel os dados de 26 pessoas, algumas estrangeiras. “Foi uma tarefa complicada. Tiveram de chamar reforços porque não estavam à espera que fossemos tantos”.

Lá fora ouviam-se os cânticos dos manifestantes que não foram detidos e que levaram o protesto até à porta da esquadra por solidariedade. O ambiente era de cooperação entre a polícia e os detidos, mas tenso também. Quando um deles começou a cantar a “Grândola, Vila Morena”, em uníssono com o som que entrava pela janela, um dos agentes fez voz grossa: “Estão a faltar-me ao respeito? Se me faltam ao respeito a mim, eu também vos posso faltar ao respeito e não vão gostar. Ainda estão a comer, a ir à casa de banho, mas acaba-se já com isso também”.

Libertados a conta gotas, cá fora são recebidos com aplausos.

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