Sociedade

Secretário de Estado da Educação considera que “modelo de recrutamento de professores tem de ser repensado”

João Costa, secretário de Estado da Educação
João Costa, secretário de Estado da Educação
José Carlos Carvalho

João Costa diz que modelo de recrutamento de professores tem de “ser pensado a fundo”, tendo em conta que há doentes mais vocacionados do que outros para territórios com mais carências sociais e educativas. A secretária de Estado da Educação já “está a trabalhar nisso”

O secretário de Estado adjunto e da Educação, João Costa, diz que é preciso “uma reflexão profunda sobre o recrutamento de docentes e carreiras”, alegando que o concurso nacional de colocação de professores é “cego” às diferentes especificidades das escolas. “Nem todos os professores conseguem ser professores (e podem ser excelentes) num determinado território. Outros têm uma vocação imensa para trabalhar com crianças mais desfavorecidas”, esclarece.

Em entrevista ao jornal “Público”, o secretário de Estado adjunto e da Educação admite que, na sua opinião, o modelo de recrutamento de professores “tem de ser repensado um dia”. “Esta é, de facto, uma matéria que tem mesmo de ser pensada a fundo. A minha colega Inês Ramires [secretária de Estado da Educação] está a trabalhar nisso”, acrescenta.

João Costa admite que é “bastante anti-rankings”, mas reconhece que, ao longo de vários anos, se tem trabalhado para dar “mais dados, mais informação”. “Receber um aluno que tem 15 (valores) e levá-lo a um 18 dá menos trabalho do que receber um aluno que tinha potencial de ter zero e levá-lo ao 15. Se formos medir a qualidade do trabalho, esta última escola trabalhou muito mais. O trabalho das escolas nalguns sítios para garantir que os alunos não se vão embora requer um esforço dos professores muito superior ao que existe noutras que aparecem muito bem colocadas nos rankings”, diz.

O secretário destaca o indicador de equidade desenvolvido este ano: “Faz-nos ver quais são as que mais conseguem contrariar aquilo que parece quase um determinismo social. (...) Quando olho globalmente para o sistema de educação, numa perspectiva diacrónica (e agora vou-me centrar só no público), só tenho razões para estar contente: em quatro décadas qualificamos enormemente a população portuguesa”, declara.

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