A discussão em torno do levantamento das patentes sobre as vacinas contra a covid-19 prossegue e dividiu esta quarta-feira os eurodeputados que debateram o tema no Parlamento Europeu. Em declarações ao Expresso, responsáveis da Hovione e da Bial, duas das empresas farmacêuticas que mais patentes têm registado em Portugal, explicam a importância que esta proteção assume no desenvolvimento da investigação científica e inovação. E avisam que a suspensão das patentes por si só não resolverá os problemas da escassez de produção
Até esta semana foram administradas no mundo mais de 1.500 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Um número bastante alto se se pensar que até dezembro não havia nenhuma aprovada. O problema é que 84% destas doses foram para os países mais ricos e apenas 0,3% foram para países de baixo rendimentos, segundo um balanço feito pelo New York Times.
Se Israel, Estados Unidos, Reino Unido ou Chile já têm metade ou mais da sua população protegida, em África, o continente que tem o ritmo mais baixo de vacinação, muitos países apresentam taxas de vacinação inferiores a 1% e noutros a campanha ainda nem começou. Como aumentar a produção e acelerar o ritmo de forma a chegar a pelo menos 70% da população mundial imunizada é a grande questão.
Suspender temporariamente as patentes sobre as vacinas contra a covid-19 é uma das opções que passou a estar em cima da mesa a partir do momento em que a Administração norte-americana de Joe Biden fez saber que não se oporia a tal decisão, que terá de ser discutida e consensualizada no seio da Organização Mundial do Comércio.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ILeiria@expresso.impresa.pt