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Julgamento do caso Ihor chega ao fim. Seis perguntas para perceber o que está em causa

Primeira sessão do julgamento da morte de Ihor Homeniuk no aeroporto. Inspector Duarte Laja com advogado Ricardo Serrano Vieira
Primeira sessão do julgamento da morte de Ihor Homeniuk no aeroporto. Inspector Duarte Laja com advogado Ricardo Serrano Vieira
Nuno Botelho

O que parecia ser um caso evidente de tortura e homicídio acabou por se tornar, no máximo, um caso de morte acidental, que resultou do uso de força desproporcionada. O acórdão com o destino dos três acusados é lido esta segunda-feira, dia 10, mas o processo não acaba aqui. E o julgamento não conseguiu responder a todas as dúvidas

Julgamento do caso Ihor chega ao fim. Seis perguntas para perceber o que está em causa

Rui Gustavo

Jornalista

1. Os acusados podem ser condenados por homicídio qualificado?

Teoricamente, sim. Mas é muito improvável. O Ministério Público começou por acusar os inspetores Duarte Laja, Bruno Sousa e Luís Silva de homicídio qualificado, um dos crimes mais graves, punível com a pena máxima de 25 anos de prisão. Mas durante o julgamento, dadas as contradições das testemunhas, o coletivo de juízes disse estar a ponderar o crime de ofensas corporais agravadas pelo resultado. E, nas alegações finais, a procuradora Leonor Machado admitiu que os acusados não tiveram a intenção de matar, pedindo uma pena máxima de 16 anos.

2. Os acusados admitiram algum crime?

Não. Os três acusados mantiveram sempre a mesma versão: usaram a força muscular “proporcional e necessária” para acalmar um passageiro “agitado” que já tinha causado distúrbios. Deixaram-no algemado “para sua própria proteção” e admitiram como única falha não terem voltado à sala onde tinham deixado a vítima para verificar se estava bem. Puseram ainda em causa as conclusões do relatório da autópsia, que atribuiu aos arguidos a responsabilidade pelas agressões que provocaram a morte do imigrante ucraniano. E pediram a absolvição.

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