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Fim das touradas na RTP: diretor de programas diz que não é um “conteúdo estratégico”, ProToiro fala em “censura” e “pressão política”

Fim das touradas na RTP: diretor de programas diz que não é um “conteúdo estratégico”, ProToiro fala em “censura” e “pressão política”
PATRICIA DE MELO MOREIRA

Porque decidiu a RTP eliminar da grelha corridas de touros? Como é que essa decisão afeta o sector? Como veem os ativistas esta direção tomada pela direção de programas do canal público? O Expresso ouviu o diretor de programas da RTP, o secretário-geral da ProToiro, o ex-provedor da televisão pública e dois membros de plataformas contra as touradas

A tourada voltou a sacudir o pó do verbo e está novamente em cima da mesa. Desta vez, o debate prende-se com o novo contrato de concessão da RTP e a intenção de o canal público não transmitir qualquer evento daquela natureza. O diretor de programas da RTP diz ao Expresso que as touradas não são um “conteúdo estratégico”, uma decisão que leva o secretário-geral da Federação Portuguesa de Tauromaquia a alegar “pressão política” e “censura política”. O ex-provedor do canal público acredita que a transmissão de touradas, um "espetáculo sanguinolento”, “não tem cabimento num serviço público”. Ativistas celebram mudança de paradigma.

José Fragoso, diretor de programas da RTP, começa por dizer que os acordos para transmissão de touradas prévios ao seu regresso ao canal, em 2018, estão agora cumpridos, por isso existe “uma agenda aberta”, onde não cabem estes espetáculos. “As touradas praticamente desapareceram da televisão nos últimos anos. Não me lembro da última vez que a SIC transmitiu, se calhar foi há mais de 20 anos. A TVI transmitia e deixou de transmitir. A RTP, nesta última década, reduziu significativamente o número de corridas que eram transmitidas e passou a emitir por ano duas, três corridas. Em 2020 transmitimos uma. Ou seja, este conteúdo foi saindo das grelhas dos canais, transformou-se num conteúdo televisivo muito pouco utilizado. A RTP segue essa tendência.”

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