Sociedade

Caso Dexter: Defesa de arguida exige recolha de ADN de inspetores da PJ

Caso Dexter: Defesa de arguida exige recolha de ADN de inspetores da PJ

Defesa de Maria Malveiro quer esclarecer se houve contaminação de provas, já que uma navalha apreendida pela Polícia Judiciária no caso do assassínio de Diogo Gonçalves apresentava vestígios genéticos masculinos que não correspondiam à vítima

A defesa de Maria Malveiro, arguida que está a ser julgada pelo homicídio e esquartejamento de Diogo Gonçalves em março do ano passado, no Algarve, formalizou e apresentou esta sexta-feira ao Tribunal de Portimão um requerimento para que seja feita uma recolha de ADN "a todos os elementos da Polícia Judiciária que tiveram intervenção direta na investigação".

O objetivo é comparar o ADN dos agentes envolvidos na investigação com o perfil genético identificado numa navalha apreendida pela PJ no caso em que Maria Malveiro e Mariana Fonseca são acusadas do homicídio de Diogo Gonçalves para ficarem com 70 mil euros que o jovem tinha recebido após a morte da sua mãe.

O requerimento, preparado pelo consultor forense João de Sousa, frisa que só após esta recolha de ADN se poderá aceitar que a investigação da PJ é verdadeira e que "não existe terceiro indivíduo envolvido na morte de Diogo Miguel Nascimento Gonçalves, tratando-se somente de um episódio de contaminação de provas".

"Não pode o Tribunal decidir serenamente e com a necessária certeza se esta inopinada dúvida não for ultrapassada", sustenta o requerimento, a que o Expresso teve acesso.

O Expresso já tinha noticiado a 25 de março a intenção da defesa de Maria Malveiro de estudar a hipótese de uma eventual contaminação de provas. O requerimento foi agora formalmente apresentado em tribunal.

As duas jovens já começaram a ser julgadas pelo homicídio de Diogo Gonçalves, vítima de estrangulamento, e posterior esquartejamento, com várias partes do seu corpo a serem deitadas ao mar. Quando foram detidas confessaram o crime e indicaram que se inspiraram na série televisiva Dexter.

Mais tarde, durante o julgamento, alteraram as versões iniciais, passando a atribuir a culpa uma à outra. Mas nunca apontaram a participação de uma terceira pessoa no crime.

O julgamento será retomado a 13 de abril.

No requerimento agora apresentado a defesa de Maria Malveiro lembra que "a Polícia Judiciária concluiu que somente as duas arguidas tiveram intervenção direta e foram responsáveis pela morte da vítima nos presentes autos, assim como pela profanação do seu cadáver, excluindo a intervenção/participação de outrem", e realça que na acusação "o Ministério Público aderiu acriticamente" ao que a Polícia Judiciária concluiu.

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