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Aulas à distância: o bom e o muito mau

MARCELO VAI À ESCOLA Esta segunda-feira, o Presidente da República foi inteirar-se do processo de reabertura das escolas, e esteve na Escola Básica Parque Silva Porto, em Benfica, Lisboa. Foi aí que revelou que o estado de emergência deve manter-se em Portugal durante as fases do desconfinamento, até maio
MARCELO VAI À ESCOLA Esta segunda-feira, o Presidente da República foi inteirar-se do processo de reabertura das escolas, e esteve na Escola Básica Parque Silva Porto, em Benfica, Lisboa. Foi aí que revelou que o estado de emergência deve manter-se em Portugal durante as fases do desconfinamento, até maio
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Formação para docentes não chegou a tempo do segundo confinamento e pais e professores sentiram-se sozinhos na adaptação ao novo modelo

A entrada dos pais na sala de aula através das plataformas online despertou sentimentos de desilusão. Houve aulas meramente expositivas que se iniciavam dia após dia com o apelo: “Abrir o manual na página xis.” Segundo Marco Bento, investigador na área da tecnologia educativa, os professores não foram preparados para o segundo confinamento e perdeu-se uma oportunidade para a educação digital. Do lado bom da história ficam as experiências de docentes flexíveis que se aventuraram no uso de aplicações que simulam microscópios, jogos ou concursos, como a “Roda da Sorte”.

Aula após aula, a matéria era debitada através do ecrã, um dia atrás do outro. A experiência tornou-se exasperante. Depois de 15 dias neste registo, Margarida Torres, de Coimbra, 45 anos, mãe de uma criança de oito, que frequenta o sexto ano, tomou a decisão de mudar a filha de escola. Jorge Ascensão, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Confap, conhece outros casos de pais com intenção de transferir os filhos de escola na sequência deste confronto com o que se passava no interior da sala de aula. “Não foi tudo excelente, não correu sempre bem. O ensino à distância é complicado de exercer. Há práticas presenciais que não resultam no ecrã e também não é costume os pais entrarem na sala de aula. Não tinham percebido dos modelos de aprendizagem adotados”, afirma.

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