Duas em cada três famílias portuguesas estão com dificuldades para suportar as despesas diárias
Esta é uma das conclusões do novo barómetro da Deco. Os dados revelam que mais de metade das famílias portuguesas perdeu rendimentos em 2020
Esta é uma das conclusões do novo barómetro da Deco. Os dados revelam que mais de metade das famílias portuguesas perdeu rendimentos em 2020
Jornalista
“A pandemia veio evidenciar as desigualdades já vividas”, constata a Deco Proteste, com base na análise do barómetro “2020 vidas em pausa”. Após a auscultação de 4690 agregados, a organização de defesa do consumidor alerta que “duas em três famílias portuguesas enfrentam dificuldades para suportar os custos inerentes ao dia-a-dia”.
O relatório traça um cenário nacional em que 63% das famílias se deparam com dificuldades financeiras e 6% assumem mesmo viver numa “situação crítica”. Apenas 31% dos agregados nacionais dizem estar numa situação de “conforto” económico.
Questionadas sobre se “a covid-19 causou perda direta de rendimentos durante 2020”, 27% das famílias portuguesas indicam ter perdido de um quarto ou mais dos rendimentos, enquanto um em cada quatro agregados admite uma quebra inferior a 25%. A pandemia não provocou alterações na saúde financeira de menos de metade das famílias (48%).
“As duras decisões políticas sobre a atividade económica, com maior peso em determinados sectores, arrastaram milhares de portugueses para um limite da sua capacidade financeira”, afirma a Deco, em comunicado. “A situação apenas é atenuada pelos apoios do Estado, como por exemplo as moratórias ou os regimes de lay-off, que colocam o país ligado à máquina”, completa a organização de defesa do consumidor.
Entre as cinco despesas mais difíceis de suportar em Portugal, de acordo com o barómetro da Deco, estão custos associados com combustível, manutenção e seguro do automóvel (54%). Seguem-se os cuidados dentários (51%), viagens de férias (46%), manutenção da casa (44%) e gastos com óculos ou aparelhos auditivos (42%).
Uma análise regional demonstra que o distrito de Vila Real tem 82% das famílias em dificuldades, Faro tem 81%, Aveiro tem 79%, Açores tem 75%, Leiria tem 72%, Setúbal tem 70% e o Porto tem 67%. Por outro lado, Bragança, Braga, Castelo Branco e Lisboa apresentam menor sufoco financeiro.
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