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Corpos confinados. O que faz a falta de atividade física às crianças

Corpos confinados. O que faz a falta de atividade física às crianças
Getty Images

Fechadas em casa, as crianças mostram uma regressão nas competências motoras que professores e investigadores nunca tinham visto. “Há crianças que não sabem correr”

Num período pré-pandemia, não seria estranho ver a professora Elisabete Neves pedir a um aluno que parasse de correr durante os testes de aptidão física. O confinamento veio mudar até os pormenores que até aqui seguiam despercebidos e, depois de vários meses de aulas à distância conjugados com pouco exercício físico, “os alunos apresentaram, nos últimos testes, lesões no pé por um mau posicionamento deste em relação ao solo”, explicou a professora de Educação Física. Ou seja, “houve uma regressão para o mais básico dos básicos e as lesões acontecem agora da forma mais básica que é possível”.

O retrocesso nas competências motoras, a par com o aumento do peso, está no topo das preocupações em relação às crianças e jovens que diminuíram consideravelmente a atividade física durante o confinamento de 2020 e também neste que ainda dura. Aliás, Carlos Neto, professor e investigador na Faculdade de Motricidade Humana, sublinha que, quando retomou o trabalho letivo nas escolas, percebeu que “há crianças que estão a chegar aos dez anos e não sabem agarrar uma bola, não sabem correr e não sabem saltar”. Um problema que, do ponto de vista do investigador, tem tendência para agravar ainda mais este ano, já que os mais novos “ficaram praticamente fechados em casa, com uma situação muito problemática de ensino à distância e de teletrabalho dos pais”.

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