20 fevereiro 2021 18:45

Perícia psiquiátrica a uma das suspeitas do crime do Algarve não detetou qualquer “patologia” do foro mental
20 fevereiro 2021 18:45
Esta é uma história que não acaba bem para ninguém: um rapaz de 21 anos perdeu a vida depois de ter sido estrangulado, mutilado, desmembrado e atirado ao mar. Duas raparigas de 20 e 24 anos vão a julgamento acusadas de o matarem por causa de €70 mil que o rapaz tinha recebido de indemnização pela morte da mãe. Mais do que perceber quem matou — Maria Malveiro Davidachwili, a mais nova, confessou candidamente o crime; e Mariana Fonseca assumiu (mas depois recuou) ter sido cúmplice na preparação e execução do homicídio —, o julgamento que começa quarta-feira, 24 de fevereiro, no Tribunal de Portimão terá de servir para perceber como e porque é que duas raparigas normais, sem cadastro, inseridas socialmente e sem qualquer evidente perturbação mental cometeram um crime capaz de chocar um experiente juiz como Jorge Figueira: “Choca qualquer sociedade civilizada ouvir o relato das arguidas”, declarou o magistrado do Tribunal de Portimão depois de ouvir as suspeitas pela primeira vez.
Antes do julgamento, e já depois de o Ministério Público acusar as duas raparigas de homicídio qualificado, profanação de cadáver, roubo e burla, a defesa de Maria Malveiro, que trabalhava como segurança no mesmo hotel onde Diogo Gonçalves era engenheiro informático, solicitou ao tribunal que fosse feita uma perícia psiquiátrica à suspeita não só para determinar o seu grau de inimputabilidade, mas também qual era o seu “quadro psicofísico” na altura do crime, bem como “a sua capacidade para avaliar o alcance dos seus atos” e o seu nível de perigosidade de então e agora.