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Primeira dose da vacina da Pfizer é 75% eficaz, revela estudo israelita

Primeira dose da vacina da Pfizer é 75% eficaz, revela estudo israelita
YVES HERMAN/REUTERS

Estudo foi publicado na revista “The Lancet” e contou com a participação de cerca de sete mil profissionais de saúde do Sheba Medical Center, o maior hospital de Israel - é o primeiro trabalho do género sobre a vacina desenvolvida pela Pfizer. Eficácia em pessoas infectadas com o vírus e que tiveram sintomas é de 85%

Primeira dose da vacina da Pfizer é 75% eficaz, revela estudo israelita

Helena Bento

Jornalista

Ainda há muitas dúvidas sobre a eficácia da vacina contra a covid-19 caso seja administrada apenas uma dose, mas um estudo realizado por investigadores israelitas, e publicado na revista “The Lancet”, revelou que, no caso da vacina desenvolvida pela Pfizer e a BioNTech, a eficácia após a primeira toma é de 75%.

O estudo contou com a participação de cerca de sete mil profissionais de saúde do Sheba Medical Center, o maior hospital de Israel, em Telavive. Receberam a primeira dose da vacina em janeiro e ao fim de cerca de 15 dias foi observada a referida eficácia, considerando pessoas sintomáticas e assintomáticas (nas que manifestaram sintomas, a eficácia revelou-se até maior, na ordem dos 85%).

Para o diretor do instituto que realizou o estudo, localizado no referido hospital, as notícias não poderiam ser melhores. “Pela primeira vez, fica provada a eficácia da vacina após a primeira toma. Os ensaios clínicos realizados já nos tinham dado algumas pistas de que assim fosse, mas agora temos a certeza”, afirmou Eyal Leshem, diretor do Institute of Travel Medicine and Tropical Diseases, citado por vários meios de comunicação internacionais.

O responsável mostrou-se, ainda assim, cauteloso quanto a um possível adiamento das segundas doses das vacinas que estão a ser administradas, decisão tomada pelo Reino Unido em dezembro. “Diria que há algumas evidências de que é seguro adiar a segunda dose, tendo em conta a elevada eficácia da primeira. Além disso, adiar permitiria vacinar muito mais pessoas, algo que seria importante tendo em conta as limitações que se verificam ao nível da distribuição.”

À agência EFE, Arnon Afek, diretor do hospital Sheba e um dos autores do estudo, fez declarações semelhantes. “O que mostramos é que um nível significativo de vacinação pode ser alcançado mesmo com uma única dose”. Apesar do entusiasmo, os autores do estudo sublinharam que é necessária mais investigação sobre o assunto, e sobretudo mais testes, até para se perceber ao certo qual a duração do efeito de uma dose única da vacina.

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