O Regime Jurídico do Tradutor e Intérprete foi anunciado pelo Ministério da Justiça em 2017, mas continuam a não existir critérios para a nomeação de profissionais com competência para traduzir processos.
Como avança esta terça-feira o "Jornal de Notícias", as regras mudam de acordo com a comarca, ou com o tribunal. E há ainda casos em que os intérpretes são selecionados porque são conhecidos dos magistrados e dos oficiais de justiça.
A lista de idiomas em que é difícil encontrar um profissional qualificado é longa: mandarim, russo, coreano, árabe, holandês e até espanhol. As zonas onde é mais difícil encontrar um intérprete ou tradutor é no Alentejo Litoral e no Algarve. Aliás, no caso do Alentejo Litoral, António Marçal, do Sindicato dos Funcionários Judiciais, explicou que existe "uma grande comunidade de indianos, nepaleses, paquistaneses e até tailandeses". Nestes casos, são muitas vezes as pessoas das respetivas comunidades que asseguram a tradução.
Já em relação ao Algarve, António Marçal contou um episódio "em que foi a própria juíza a ir a uma loja buscar uma rapariga chinesa para fazer de intérprete". "Nos juízos periféricos, com pouca densidade populacional, continuam a existir muitas dificuldades, privilegiando-se as ‘nomeações ocasionais’ por conhecimentos dos próprios oficiais de justiça", acrescentou.
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