A Polícia Judiciária (PJ) mandou suspender 243 milhões de euros em transferências bancárias nos primeiros quatro meses deste ano, um valor muito superior ao registado durante os 12 meses de 2019, ano em que a Unidade de Informação Financeira da PJ detetou movimentações financeiros suspeitas no valor de 73,3 milhões de euros.
Os dados são divulgados esta segunda-feira pelo "Jornal de Notícias" e, entre os motivos para a suspensão de transferências bancárias, estão suspeitas de crime de fraude fiscal, burlas, outros crimes económico-financeiros, criminalidade informática, tráfico de droga e financiamento de terrorismo.
O processo de identificação de suspeita surge na entidade bancária, que analisa todas as transferências e comunica às autoridades movimentações consideradas suspeitas. Segundo o "Jornal de Notícias", a Unidade de Informação Financeira recebeu no ano passado uma média semanal de 170 alertas. Já este ano, a média semanal subiu para 180. Ainda que na maioria dos alertas tenha sido afastada a hipótese de crime, a PJ abriu 225 investigações em 2019. Os números deste ano, referentes aos primeiros quatro meses de 2020, dão conta da abertura de 90 inquéritos.
"Os criminosos tentam branquear os milhares de milhões de euros que geram as atividades ilícitas, mas a malha apertou-se. Há mais controlo e mais fiscalização que é obtida com critérios de análise mais finos e apurados", explicou ao "Jornal de Notícias" fonte da PJ.
De acordo com a Lei do Combate ao Branqueamento de Capitais e do Financiamento ao Terrorismo, os bancos devem analisar as "transações ocasionais de montante igual ou superior a 15 mil euros".
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