"Peço desculpa, terminámos". Foi desta forma que a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, interrompeu uma entrevista à RTP sobre a morte de Ihor Homeniuk. A diplomata abandonou a entrevista quando estava a ser questionada sobre como tinha procedido com uma mensagem de condolências apresentada pelo Governo português em abril deste ano.
Esta sexta-feira, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, reuniu-se com a embaixadora ucraniana para a informar da decisão do pagamento de uma indemnização à família de Ihor Homeniuk, dando conta também de que já em abril o Governo português tinha transmitido uma mensagem de condolências.
"Na sequência do pedido de condolências transmitido no início de abril à família de Ihor Homeniuk, através da embaixada da Ucrânia em Lisboa, Eduardo Cabrita entregou hoje [ontem, sexta-feira] uma carta destinada à viúva, senhora Oksana Homeniuk, dando-lhe conhecimento da decisão do Governo assumir, em nome do Estado português, a responsabilidade pelo pagamento de uma indemnização", indicou o Ministério da Administração Interna em comunicado.
Posteriormente, em entrevista à RTP, a embaixadora da Ucrânia confirmou o teor do encontro com Eduardo Cabrita, mas não escondeu o desconforto com as perguntas sobre o que fez a diplomacia ucraniana com a mensagem de condolências (a viúva de Ihor Homeniuk afirmou esta semana à SIC que nunca foi contactada pelo Governo português sobre o sucedido).
"Tivemos um encontro em abril e ele [ministro Eduardo Cabrita] transmitiu as condolências", admitiu a embaixadora da Ucrânia. Quando questionada pela RTP sobre que seguimento deu a essa mensagem de condolências, a diplomata começou por falar no envolvimento do cônsul nesse processo, mas instada a esclarecer ao certo até onde chegou essa mensagem a embaixadora deu por terminada a entrevista.
O cidadão ucraniano Ihor Homeniuk morreu a 12 de março deste ano no aeroporto de Lisboa, na sequência de agressões de três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), no aeroporto de Lisboa, onde tinha chegado dois dias antes, sendo-lhe recusada a permanência em Portugal.
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