Sociedade

Morte no aeroporto. “É lamentável que esta restruturação do SEF vá ser feita em função de um episódio sinistro”

Morte no aeroporto. “É lamentável que esta restruturação do SEF vá ser feita em função de um episódio sinistro”
MIGUEL A. LOPES/LUSA

Sindicato dos inspetores do SEF considera que as condições concretas da morte de ucraniano no aeroporto de Lisboa têm de ser cabalmente esclarecidas, doa a quem doer. Mas considera que esta polícia foi usada como arma de arremesso político

Morte no aeroporto. “É lamentável que esta restruturação do SEF vá ser feita em função de um episódio sinistro”

Hugo Franco

Jornalista

O Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF) diz fazer votos para que a reestruturação naquela polícia anunciada esta quarta-feira pelo Ministério da Administração Interna seja no sentido de "melhorar a mais moderna, mais eficiente, mais competente e mais humanista das forças e serviços de segurança que existem em Portugal".

Este sindicato considera ainda que é "lamentável que esta reestruturação vá ser feita em função de um episódio sinistro, ocorrido no aeroporto de Lisboa, que resultou na morte de um cidadão ucraniano, uma vez que a reorganização do SEF e a sua dotação com os meios mínimos indispensáveis para o seu bom funcionamento eram desesperadamente necessárias há muito tempo, tal como este sindicato alertou publicamente, ano após ano, na última década".

Ainda assim, o sindicato dos inspetores do SEF defende que "as condições concretas desta morte têm de ser cabalmente esclarecidas, doa a quem doer. Mas é absolutamente claro que as circunstâncias conhecidas do que sucedeu entra em contradição clara com a prática habitual dos inspetores do SEF".

Para os seus dirigentes, há quatro reformas que precisam de ser feitas no SEF: a entrada de mais inspetores, a de funcionários administrativos, a criação de uma escola própria do SEF e a construção de raiz de Centros de Instalação Temporária.

E deixa um alerta: "Se as direções nacionais do SEF e os diversos governos tivessem ouvido, na última década, os alertas e as propostas do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização, poderiam ter feito no tempo certo – sem a pressão político-mediática de episódios trágicos – a modernização estratégica do SEF. Foi essa omissão que acabou por tornar o SEF numa arma de arremesso político, o que é lamentável".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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