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Covid-19. Trump assina decreto a dar prioridade às vacinas para os EUA antes de exportação

Covid-19. Trump assina decreto a dar prioridade às vacinas para os EUA antes de exportação
TOM BRENNER/REUTERS

Presidente dos Estados Unidos quer ter vacinas para os 330 milhões de americanos até abril de 2021. Tanto a Pfizer como a Moderna tinham destinado 100 milhões de doses para os EUA numa primeira fase

Donald Trump assinou esta terça-feira um decreto que dá prioridade à entrega de vacinas nos Estados Unidos, antes ainda de serem exportadas, considerando que o país pode ficar sem doses após a fase inicial de vacinação.

O decreto vai garantir que o governo dá "prioridade à vacinação de cidadãos americanos, antes de enviar as vacinas para outros países", acrescentou o presidente dos Estados Unidos, enquanto a Pfizer/BioNTech, responsáveis por uma das vacinas contra a covid-19, contava distribuir apenas 100 milhões de doses no país. A Moderna, cuja vacina poderá ser autorizada até ao final da próxima semana, também prometeu 100 milhões de doses. Cada contrato inclui opções para doses adicionais, mas o tempo para ativar essas cláusulas pode atrasar a entrega em vários meses.

Existem mais de 330 milhões de americanos e o Governo afirma que pode cumprir a meta de fornecer uma vacina a todos até abril de 2021.
Os dois fabricantes possuem unidades industriais nos EUA e na Europa, e existem leis que, em teoria, permitiriam ao Governo norte-americano antecipar a produção de ambos os laboratórios, como é o caso da Lei de Produção de Defesa. O texto do decreto que Trump assinou diante das câmaras, durante uma "cimeira da vacina", na Casa Branca, não foi divulgado imediatamente.

"Se necessário, vamos invocar a Lei de Produção de Defesa", disse Trump, acrescentando, porém, não achar "que seja necessário fazê-lo".
Duas outras vacinas com ensaios clínicos já avançados podiam ser autorizadas no início de 2021, garantindo o abastecimento dos EUA.

Uma, a ser administrada em duas inoculações, da AstraZeneca/Oxford, de que Washington encomendou 500 milhões de doses, e outra, a administrar em dose única, da farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson, da qual os EUA esperam 100 milhões de doses.

100 milhões de vacinas nos primeiros 100 dias de Biden

Por seu turno, o presidente eleito, Joe Biden, alertou esta terça-feira para a possibilidade de a campanha de vacinação contra o novo coronavírus poder desacelerar ou mesmo parar se o Congresso não conseguir chegar a um acordo financeiro, em breve, para combater a pandemia."Sem uma ação urgente do Congresso este mês, (...) há uma possibilidade real de que após uma primeira campanha de vacinação esses esforços diminuam e parem", alertou o democrata.

Joe Biden prometeu a administração de 100 milhões de vacinas nos primeiros 100 dias na presidência. A equipa de Donald Trump planeara vacinar 100 milhões de pessoas até março de 2021, num total de 200 milhões de doses.

Assessores científicos do Governo reúnem-se, na quinta-feira, para, alegadamente, recomendarem a administração da vacina da Pfizer/BioNTech que já está a ser administrada no Reino Unido. Ter uma vacina aprovada e disponibilizá-la a 330 milhões de americanos são, porém, situações diferentes.

Por isso, Biden alertou para a necessidade de Donald Trump proceder a uma revisão da equipa que planeia a campanha de vacinação, considerando que esta tem deficiências. Nesse sentido, pediu ao Congresso que aprove uma legislação para financiar a administração de vacinas à medida que se tornem mais amplamente disponíveis no próximo ano.

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