Já surgiram várias luzes ao fundo do túnel: chamam-se vacinas e estão a correr contra o tempo da pandemia. Mas não é certo que o mundo sempre tenha confiado nelas — nem é certo que vá confiar agora
“Nunca tive trauminhas com as vacinas, mas já a minha avó dizia: ‘Rápido e bem, não há quem’...” Estas palavras são de uma cidadã portuguesa nas redes sociais, reagindo a uma notícia sobre as negociações entre a Comissão Europeia e as farmacêuticas na linha da frente para conseguir uma vacina contra a covid-19. Esta cidadã não tem “trauminhas com as vacinas”, mas eles existem e podem ser traduzidos em palavras: a teoria de que “vão usar a vacina [da covid-19] para o Bill Gates implantar chips nos nossos cérebros”, por exemplo, tem tido bastante popularidade na internet nos últimos meses.
Os traumas também podem ser traduzidos em números: um relatório publicado no mês passado pelo Centre for Countering Digital Hate (CCDH) concluiu que em 2019 foram criadas pelo menos mais sete milhões de contas nas redes sociais de movimentos antivacinas: no total, 31 milhões de utilizadores em todo o mundo seguem grupos deste tipo no Facebook, e 17 milhões fazem o mesmo no YouTube.
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