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Covid-19. Poderá uma vacina fazer surgir mais anticorpos que o próprio vírus? Sim, revela estudo

Covid-19. Poderá uma vacina fazer surgir mais anticorpos que o próprio vírus? Sim, revela estudo
David Himbert/Reuters

Um estudo publicado pelo New England Journal of Medicine sugere que a vacina da farmacêutica Moderna não só produz anticorpos duradouros, como os produz em maior quantidade que o próprio vírus

Covid-19. Poderá uma vacina fazer surgir mais anticorpos que o próprio vírus? Sim, revela estudo

Joana Ascensão

Jornalista

O objetivo de uma vacina é simular uma infeção, provocando a reação do corpo a essa mesma infeção, ou seja, a criação de anticorpos para que, mais tarde, quando a verdadeira infeção se der, eles sejam capazes de combaterem a infeção real sem que haja doença. Agora imagine que uma vacina provoca mais anticorpos do que a própria infeção real.

Um estudo publicado no prestigiado New England Journal of Medicine sugere que a vacina da farmacêutica Moderna produz mais anticorpos do que a própria infeção por Sars-Cov-2. Ou, pelo menos, foi isso que aconteceu ao grupo de 34 pessoas de todas as idades que receberam as duas doses desta vacina. Quatro meses depois da toma, comprova-se continuarem a segurar níveis altos de anticorpos no organismo. Estas proteínas têm a função de impedirem a proteína S do vírus de cumprir a sua função, que é unir-se às células humanas e produzir milhares de cópias dele. Chama-se técnica do RNA mensageiro.

“Os dados sugerem que a vacina dará imunidade duradoura”, realça a investigadora e autora principal do estudo, Alicia Widge, ao diário El Pais. Já testada em mais de 30 mil participantes, esta vacina encontra-se na terceira e última fase dos ensaios clínicos sem que se tenham, para já, detetado efeitos secundários graves.

A Moderna é uma das seis farmacêuticas com as quais a União Europeia tem um acordo para aquisição de vacinas, cuja aprovação se espera que aconteça a 12 de janeiro de 2021. Mais cedo, se tudo correr como esperado, acontecerá a aprovação da vacina da BioNTech/Pfizer, a 29 de dezembro. Serão as duas primeiras vacinas aprovadas com base na mesma técnica inovadora, a do RNA mensageiro, mas porque é preciso assegurar um largo portefólio de vacinas, a UE tem acordos com outras quatro farmacêuticas: a Astra Zeneca, a Sanofi and GSK, a Johnson & Johnson e a Curevac.

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