Sociedade

A receita para a descida dos casos: redução de contactos, máscara e distância

A receita para a descida dos casos: redução de contactos, máscara e distância
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O índice de transmissão passou de um pico de 1,2 no início de outubro para 0,99 na última semana, indiciando o início de uma fase de estabilização ou mesmo decréscimo de novos casos

A receita para a descida dos casos: redução de contactos, máscara e distância

Isabel Leiria

Jornalista

As medidas mais restritivas e a imposição de novas regras iniciadas ainda em outubro foram determinantes para a redução de novos casos e para a diminuição do índice de transmissibilidade que neste momento se encontra abaixo de 1, a nível nacional.

Este valor de RT significa que uma pessoa infetada já não chega a contagiar outra e que a incidência de novos casos está neste momento em fase de estabilização ou descida, anunciou esta quinta-feira o responsável da unidade de epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge, Baltazar Nunes, durante uma reunião do Infarmed que voltou a juntar peritos, responsáveis autárquicos e representantes dos partidos com assento parlamentar.

Na última semana de novembro, Portugal registou uma média de 5560 novos casos por dia, um valor cinco vezes mais alto do que na 1ª onda. O máximo de novos casos foi atingido a 16 de novembro, mas foi ainda durante o mês de outubro que a velocidade de transmissão começou a quebrar, explicou o especialista, indicando um conjunto de medidas que levaram a essa evolução. O Rt chegou a atingir 1,2 no início de outubro e está atualmente abaixo de 1 (0,9) a nível nacional, indicado uma descida ou pelo menos estabilização da evolução dos casos. Por regiões, o Rt está em 0,96 no Norte, 1 em Lisboa e Vale do Tejo, 1,05 no Centro, 1,12 no Alentejo e 1,08 no Algarve.

“Os países com R’s (índices de transmissão dos contágio) mais baixos são os que apresentam maior redução da mobilidade e de contactos efetivos”, assinalou Baltazar Nunes.

O estado de calamidade e depois de emergência trouxeram novas medidas restritivas ao nível de ajuntamentos, circulação, teletrabalho e uso obrigatório de máscara. E a redução da mobilidade no trabalho, no lazer e no retalho acabou por atingir valores expressivos: de 20% a 30% durante a semana e até 50% nos últimos fins de semana que contaram com um recolher obrigatório a partir das 13h00 nos concelhos de maior risco, indicou Baltazar Nunes.

“O que faz reduzir a transmissão é o número de contactos efetivos entre uma pessoa infetada e os outros indivíduos suscetíveis sem as proteções necessárias. E o que os modelos matemáticos nos mostram é que é possível fazer diminuir o R para valores abaixo de 1 se as pessoas que continuarem em mobilidade reduzam os seus contactos efetivos, ou seja mantendo uma distância de dois metros e usando a máscara”.

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