Dados do Instituto Nacional de Estatística referem que “mais de dois terços do acréscimo de óbitos entre 2 de março e 1 de novembro, relativamente à média dos últimos cinco anos, ocorreu fora dos hospitais”. Médicos alertam para a diminuição na procura de tratamento hospitalar
Com o aumento do número de internamentos em contexto de covid-19, verificou-se uma diminuição das idas aos hospitais de outros doentes. Este cenário, avança esta quarta-feira o "Diário de Notícias", traduz-se num aumento do número de mortes fora do contexto hospitalar.
"Mais de dois terços do acréscimo de óbitos entre 2 de março e 1 de novembro, relativamente à média dos últimos cinco anos, ocorreu fora dos hospitais", refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Entre março e novembro, morreram em Portugal mais 8686 pessoas do que no período homólogo dos últimos cinco anos, segundo as contas do INE avançadas pelo "Diário de Notícias". Além disso, morreram fora dos hospitais mais 5817 pessoas do que entre o período de 2015 a 2019.
"A maioria morreu em casa, porque só uma ínfima parte das mortes ocorrem na rua ou em instituições", explicou Jorge Almeida, diretor do serviço de Medicina Interna do Hospital de São João, no Porto. "Quando passámos março e abril e começámos a ver camas vazias percebemos que os doentes não estavam a vir aos hospitais para se tratarem", acrescentou.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
