Sociedade

Supermercados em Cascais: filas de manhã mas o encerramento das lojas é tranquilo

Supermercados em Cascais: filas de manhã mas o encerramento das lojas é tranquilo

Pouco depois do inicio do recolher obrigatório, instala-se o silêncio junto das superfícies comerciais da vila

Supermercados em Cascais: filas de manhã mas o encerramento das lojas é tranquilo

Pedro Lima

Editor-adjunto de Economia

Passam 15 minutos das 13h e ainda há carros a tentar entrar no estacionamento do hipermercado Auchan em Cascais. Mas as cancelas não abrem e por isso há que fazer marcha atrás.

Um rapaz vai a pé, ou melhor, a correr, para dentro do estabelecimento, mas depois sai logo a seguir. A loja fechou às 13h, hora do início do recolher obrigatório que vigora este fim de semana e o encerramento acabou por ser tranquilo. Sem filas, com pouca gente lá dentro na hora em que, pelo intercomunicador, uma funcionária anuncia: "estimados clientes, agradecendo desde já a sua visita, informamos que o nosso hipermercado encerrou. Estaremos novamente à sua disposição amanhã entre as 8h e as 13h. Muito obrigado e boa tarde".

É um cenário bem diferente do registado duas horas antes. Por volta das 11h15 havia uma fila com cerca de 25 pessoas à porta do Auchan de Cascais, a fazer lembrar os tempos do primeiro confinamento, em março. Quase não havia onde estacionar. Aliás o trânsito era intenso por essa hora na Estrada Marginal, que fica mesmo à frente deste hipermercado da cadeia francesa de distribuição Auchan.

Duas horas depois os carros praticamente desaparecem da Marginal e instala-se o silêncio, apenas interrompido pelo comboio - e pelo piar de uma ou outra gaivota que ali passa.

No Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, o cenário é idêntico pelas 11h15. Cerca de 25 pessoas aguardam pacientemente em fila para poder entrar nesta loja do centro comercial Cascais Villa sob o olhar atento de dois polícias. "Tem só de esperar um bocadinho", diz-nos um funcionário de um café desse centro, explicando que só pode atender quando deixarem de estar quatro pessoas ao balcão. Não muito longe dali, o Minipreço também tinha gente à porta pelas 11h30, não mais de 5.

Restauração quase parada

No Largo de Camões, em pleno centro da vila, os restaurantes estão fechados. Uma pastelaria dessa zona é dos poucos estabelecimentos abertos, mas não tem alguns dos produtos pelos quais é mais conhecida, tendo-se preparado para a reduzida procura esperada para este dia. "Pedimos desculpa mas é porque, como hoje fechamos mais cedo...", explica um funcionário. No caso de uma hamburgaria ali próxima, o atendimento é feito à porta. "Podem pedir, sim, têm aqui o menu", diz uma funcionária a um grupo de quatro pessoas que ali se dirigem. São 11h50.

Na rua Direita - das mais emblemáticas da vila por não transitarem ali carros - e noutras ali próximas, alguns restaurantes estão abertos também só para entrega (take away) até às 13h mas a partir dessa hora funcionam apenas através das plataformas Uber e Glovo. Isto se verificarem que a procura o justifica. "Não sei se vou manter o restaurante aberto
muito mais tempo se continuar assim", diz o proprietário de um desses restaurantes.

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