11 outubro 2020 18:43
O homicídio de Rosalina Ribeiro continua por julgar. O processo esteve dez anos na Justiça brasileira e há quatro meses que devia ter viajado para Lisboa. Chegou esta semana. Esta é a história que lá se conta
11 outubro 2020 18:43
O assassino de Rosalina Ribeiro, viúva e uma das herdeiras do multimilionário português Lúcio Feteira, precisou no máximo de três horas para atraí-la a uma emboscada e matá-la. A polícia demorou quase um ano para reunir provas fortes contra o suspeito do crime, o ex-deputado Domingos Duarte Lima. A Justiça brasileira demorou dez anos para concluir o inquérito do assassínio. E o Governo brasileiro patina já há quatro meses para enviá-lo de Brasília a Lisboa, cidades distantes não mais do que nove horas por avião — ou a um clique por meio virtual. Senhor da razão, o tempo, por vezes, é a desmedida das coisas.
Depois de uma tramitação lenta, provocada por inúmeros recursos jurídicos interpostos pela defesa de Duarte Lima, o Supremo Tribunal Federal, a corte máxima brasileira, rejeitou, em fevereiro de 2020, os últimos argumentos da defesa para impedir que o processo do assassínio fosse enviado para Portugal. Com o chamado trânsito em julgado, o inquérito judicial poderia ser concluído em Lisboa, na fase em que está: a do julgamento de Duarte Lima sob a acusação de homicídio.