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Instituto Superior Técnico tem ligações ao Prémio Nobel da Física 2020

O Centro de Astrofísica e Gravitação do Instituto Superior Técnico está envolvido num projeto para o supertelescópio VLT que é coordenado por um dos laureados do Prémio Nobel da Física 2020, o alemão Reinhard Genzel
O Centro de Astrofísica e Gravitação do Instituto Superior Técnico está envolvido num projeto para o supertelescópio VLT que é coordenado por um dos laureados do Prémio Nobel da Física 2020, o alemão Reinhard Genzel
ESA

Um artigo do Comité Nobel da Física divulgado pela Academia Sueca cita dois investigadores do Centro de Astrofísica e Gravitação do Instituto Superior Técnico. E este centro participa num projeto de investigação internacional coordenado por um dos galardoados. Sobre outro dos premiados, o presidente deste centro diz ser “mais do que um físico teórico, é um físico matemático, tem um pensamento tão profundo a todos os níveis que está acima do Nobel”

O Centro de Astrofísica e Gravitação (CENTRA) do Instituto Superior Técnico (IST) está ligado de várias formas ao Prémio Nobel da Física 2020. Assim, o texto sobre a base científica do prémio feito pelo Comité Nobel da Física e divulgado pela Real Academia das Ciências Sueca, intitulado "Fundamentos teóricos dos buracos negros e do objeto compacto supermassivo no centro da galáxia", cita vários artigos científicos, entre os quais um artigo da autoria de José Sande Lemos, professor catedrático do IST e presidente do CENTRA, e de Carlos Herdeiro, investigador coordenador do Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro que já trabalhou neste centro (pode ver a citação AQUI).

O artigo foi publicado na "Gazeta de Física" em 2018 com o título "Buraco negro 50 anos depois: génese do seu nome", "precisamente para assinalar o 50º aniversário da criação do conceito de buraco negro, em 1968, pelo físico teórico norte-americano John Wheeler, da Universidade de Princeton (EUA), que foi um dos últimos colaboradores de Albert Einstein", conta José Sande Lemos ao Expresso. "Para nós foi surpreendente a citação do nosso artigo", confessa o presidente do CENTRA, acrescentando que "é extraordinário que Roger Penrose tenha ganho o prémio da Academia Sueca, ele é um ídolo, um dos maiores homens do século XX e é mais do que um físico teórico, é um físico matemático, tem um pensamento tão profundo a todos os níveis que está acima do Nobel".

Ao mesmo tempo o CENTRA participa, com os investigadores Paulo Garcia, António Amorim e Vítor Cardoso, num projeto de cooperação internacional do Observatório Europeu do Sul (ESO) - organização a que Portugal pertence e que tem uma grande rede de telescópios no Deserto de Atacama, no Chile. O projeto chama-se Gravity Collaboration, é coordenado pelo cientista alemão Reinhard Genzel, um dos galardoados com o Nobel da Física 2020, e desenvolve um instrumento de segunda geração para o interferómetro do supertelescópio VLT (Very Large Telescope). A interferometria é uma técnica ótica usada na astronomia que consiste em combinar a luz proveniente de diferentes telescópios, recetores ou antenas de rádio, de modo a obter imagens de maior resolução.

José Sande Lemos diz ainda, referindo-se ao texto sobre a base científica do Nobel da Física 2020: "cita também dois artigos do meu orientador de doutorammento na Universidade de Cambridge, Donald Lynden-Bell, por ter sido o primeiro cientista a propor que no centro de todas as galáxias existe um buraco negro, em particular no centro da Via Láctea".

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