
O subsistema público fatura quase tanto como o sector dos seguros de saúde em Portugal e tem dinheiro (de sobra), mas continua a sofrer de várias enfermidades
O subsistema público fatura quase tanto como o sector dos seguros de saúde em Portugal e tem dinheiro (de sobra), mas continua a sofrer de várias enfermidades
Jornalista
Com cerca de €680 milhões de receitas, a quase totalidade fruto do desconto de 3,5% no valor bruto do salário ou pensão dos funcionários públicos, a ADSE vale quase tanto como todo o sector de seguros de saúde privados em Portugal. Além disso, o nível de proteção que presta aos cerca de 1,2 milhões de beneficiários não é comparável com as soluções que existem no mercado.
A ADSE permite aos beneficiários o acesso a prestadores de saúde privados a preços mais baixos (regime convencionado), que podem também optar pelo regime livre, sendo reembolsados depois. Mas o que a distingue é, sobretudo, a sua natureza solidária e aí é superior ao segmento privado. É “um bom produto”, afirmou, numa entrevista recente ao Expresso, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão. Herdou da Saúde a tutela do subsistema no qual valoriza, em particular, o seu carácter solidário. A este respeito, Eugénio Rosa, membro do Conselho Diretivo eleito pelos representantes dos beneficiários no Conselho Geral e de Supervisão (CGS), é assertivo: “Só por ignorância ou má-fé é que se pode dizer que existem seguros de saúde privados mais favoráveis do que o paradigma da ADSE, que se baseia não em obter lucros mas na solidariedade interprofissional e intergeracional.” Quem ganha mais desconta nessa proporção para o instituto, o que permite, por exemplo, a um beneficiário de rendimentos modestos ter acesso a tratamentos muito dispendiosos, sem lhe serem exigidos valores além da quotização mensal e o copagamento (que é igual para todos). Além disso, os filhos até aos 26 anos estão isentos de contribuição, não há tetos máximos para a despesa comparticipada, nem limite de idade.
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