A sessão vai já avançada mas a procuradora Marta Viegas prossegue com a visualização das páginas e ligações do que em tempos, no final de 2018, foi o Mercado de Benfica. Não o real, em Lisboa, mas o virtual: o blogue que saltou de domínio em domínio até ser bloqueado no início de 2019, no mesmo mês em que Rui Pinto era detido em Budapeste. A procuradora pergunta ao advogado João Medeiros se era essa a página onde milhares de e-mails seus foram parar. “Sim, era esse o aspeto gráfico, com o logótipo com Luís Filipe Vieira a fazer de polvo”, recorda o advogado, que então estava na sociedade PLMJ.
O advogado Francisco Teixeira da Mota, que representa Rui Pinto, impacienta-se com a demorada apresentação de capturas de ecrã e a listagem de endereços do blogue que, segundo a acusação do Ministério Público, terá sido alimentado por Rui Pinto com e-mails e documentos tirados da PLMJ. A juíza Margarida Alves concorda: assistentes, arguidos e advogados deveriam ter acesso antecipado a uma listagem de elementos que a procuradora queira usar para tornar as sessões mais ágeis.
A procuradora Marta Viegas desculpa-se. Este é um trabalho contínuo. “À medida que vou ouvindo vou fazendo pesquisas”, comenta. “Fiz uma pesquisa pela palavra “toupeira” e apareceram 72 resultados. Selecionei aleatoriamente três e-mails”, prossegue. A sessão mergulhou em profundidade no polémico Mercado de Benfica, depois de atrasos e demoras várias, motivadas pela tecnologia… e pelo Sporting. Recuemos ao início da manhã.
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