O menino de 6 anos queria brincar, mas começou a chorar quando o amigo lhe emprestou o brinquedo. O episódio passado num grupo de terapia infantil do Hospital S. João, no Porto, é relatado pela pedopsiquiatra Alda Mira Coelho: “Disse-me que a mãe não o deixava tocar em brinquedos que não fossem dele”, isto apesar de o objeto ter sido desinfetado. As crianças e jovens são menos afetados pelo vírus, mas mais frágeis face às consequências sociais da covid. A maior pandemia do século tirou-os da escola durante meses e confinou-os em casa sem saberem quando a vida vai regressar ao normal. Hoje, o mundo ensina-lhes que brincar e conviver pode ser perigoso. O impacto destas mudanças é tal que, um pouco por todo o mundo, começaram a ser designados como “geração C”, de coronavírus.
“A enorme disrupção na educação dos jovens [devido à pandemia] é um risco para o seu bem-estar a curto prazo, e pode afetá-los toda a vida”, frisa um artigo publicado no final de junho na revista científica “The Lancet”, precisamente com o título “Geração coronavírus?”
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