O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) Augusto Santos Silva reuniu-se na passada quarta-feira com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, avançou o "Público". Em cima da mesa esteve a preocupação da Ucrânia sobre a investigação e processo judicial da morte de Ihor Homenyuk, a 12 de março, no Centro de Instalação Temporário do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do aeroporto de Lisboa.
“A embaixada não quer que este caso seja esquecido, por isso foi mencionado em reuniões de altas instâncias”, disse o cônsul ucraniano ao jornal. “Ele só queria entrar em Portugal. Tento que a comunidade não se esqueça deste caso.” O médico do Instituto de Medicina Legal que fez a autópsia referiu que a morte foi compatível com um homicídio e deveu-se a uma asfixia associada às lesões traumáticas. Terá estado 15 horas manietado com fita-cola e algemas. Enfermeiros, inspetores, chefes viram-no nestas condições durante horas, preso, com calças pelos joelhos e cheiro a urina.
Augusto Santos Silva garantiu ao MNE ucraniano que a investigação estava a decorrer “dentro da lei”. Ainda assim, a diplomacia ucraniana mostrou preocupação com o facto de o Ministério Público não ter aceite o pedido da viúva da vítima em constituir-se como assistente no processo, alegando que o mesmo está em segredo de justiça.
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