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Tribunal saudita condena oito pessoas pela morte de Jamal Khashoggi

Tribunal saudita condena oito pessoas pela morte de Jamal Khashoggi
ERDEM SAHIN/EPA

De acordo com a televisão saudita Al Ekhbariya TV, cinco pessoas foram condenadas a 20 anos de prisão, uma a dez anos de prisão e outras duas a sete anos. Jamal Khashoggi foi assassinado no final de 2018

Tribunal saudita condena oito pessoas pela morte de Jamal Khashoggi

Helena Bento

Jornalista

Um tribunal da Arábia Saudita condenou, esta segunda-feira, oito pessoas pela morte do jornalista Jamal Khashoggi. De acordo com a televisão estatal Al Ekhbariya TV, cinco pessoas foram condenadas a 20 anos de prisão, uma a dez anos de prisão e outras duas a sete anos. Não foram avançados mais detalhes sobre o julgamento.

Jamal Khashoggi, jornalista norte-americano, foi assassinado em 2018 no consulado da Arábia Saudita em Istambul. Era um crítico do regime saudita, e, em concreto, do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a quem fez várias acusações em artigos publicados no “Washington Post”. Khashoggi vivia exilado nos EUA há um ano.

Apesar de os alegados responsáveis pela sua morte terem sido condenados a penas de prisão, a sensação não é propriamente a de que se tenha feito justiça. Em dezembro de 2019, um tribunal de primeira instância tinha condenado à morte os oito acusados, que viram agora as suas penas serem diminuídas.

Além disso, o julgamento foi criticado desde o início por organizações de direitos humanos e outras entidades, que chamaram à atenção para o facto de nenhum oficial saudita ter sido, de facto, acusado de ordenar o homicídio do jornalista.

Entre os alegados envolvidos no crime estão um médico forense, oficiais de inteligência e de segurança e membros do gabinete de Mohammed bin Salman, que sempre negou ter conhecimento do plano para matar Jamal Khashoggi, que terá sido desmembrado, mas cujo corpo não chegou a ser descoberto.

Várias agências de notícias recordam a entrevista que o príncipe herdeiro deu ao programa de CBS “60 Minutes”, na qual insistiu que não teve qualquer interferência na morte do jornalista, embora garantisse assumir “total responsabilidade enquanto líder da Arábia Saudita”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hrbento@expresso.impresa.pt

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