Foi prometido em junho mas só aprovado agora: até ao próximo ano, o SNS vai ser reforçado com 914 camas de cuidados intensivos, 95 médicos, 626 enfermeiros e 198 assistentes operacionais. A aprovação foi dada esta quinta-feira pelos ministérios da Saúde e das Finanças e noticiada esta sexta-feira pelo "Público". Trata-se de um investimento de 26 milhões de euros que será distribuído por seis centros hospitalares e hospitais na região Norte, três na região Centro, quatro em Lisboa e Vale do Tejo, dois no Alentejo e um no Algarve. O objetivo do executivo é responder aos doentes em estado crítico - com covid-19 e outras patologias - e evitar o colapso do sistema de saúde ocorrido noutros países.
Esta medida anunciada segue a recomendação de uma comissão de especialistas que apontou para a revisão da rede de referenciação em medicina intensiva. Na prática, trata-se de um reforço na ordem dos 45%. Ainda assim, serão necessários dois anos para que Portugal chegue a um rácio de 11,5 camas por 100 mil habitantes, a média da União Europeia, quase o dobro do existente antes da pandemia, um rácio na ordem das 6,4 camas, dos mais baixos da Europa.
Outro ponto fulcral para a melhoria dos cuidados intensivos portugueses é o aumento dos recursos humanos. Ao "Público", o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse que vão ser abertas “muito mais vagas” para a formação de especialistas em Medicina Intensiva este ano. Mas lembrou que são precisos cinco anos para formar um intensivista, e por isso há “intensivistas que trabalham só no sector privado que poderiam ser contratados para o SNS”.
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