Sociedade

Homicida de ator fica em prisão preventiva

O ator Bruno Candé foi assassinado a 25 de julho de 2020
O ator Bruno Candé foi assassinado a 25 de julho de 2020

Tribunal de Loures aplicou a medida de coação mais pesada ao homem de 76 anos que disparou contra Bruno Candé Marques. A gravidade do crime e o facto de ter usado uma arma ilegal pesaram na decisão. Suspeito ficou em silêncio

O juiz de instrução do Tribunal de Loures decretou prisão preventiva para o homem de 76 anos que matou o ator Bruno Candé Marques no último sábado em Moscavide (Loures).

O suspeito foi ouvido esta segunda-feira em primeiro interrogatório e, de acordo com a Rádio Renascença, não prestou declarações ao juiz. Apesar da idade avançada e de não ter cadastro, o magistrado teve em conta a gravidade do crime (homicídio qualificado), o facto de ter usado uma arma ilegal e ainda o perigo de perturbação do inquérito.

A cadela Labrador de Bruno Candé Marques terá sido o motivo das desavenças que levaram ao homicídio do ator de 39 anos na rua principal de Moscavide (Loures) no último sábado ao início da tarde. O suspeito do homicídio é um enfermeiro reformado com 76 anos, que baleou Bruno Candé Marques com pelo menos três tiros à queima-roupa.

De acordo com seis testemunhas que assistiram ao crime, e que foram ouvidas pela PSP, não houve injúrias racistas por parte do reformado para o ator. "A discussão tinha começado na última quarta-feira por causa da cadela e reacendeu-se no sábado pelos mesmos motivos quando os dois homens se voltaram a encontrar na rua", conta uma fonte policial ao Expresso.

O caso está agora a ser investigado pela brigada de homicídios da Polícia Judiciária e, de acordo com os primeiros indícios já recolhidos, "tudo aponta para uma desavença por motivos fúteis em que a parte mais fraca entendeu que só podia equilibrar as coisas com uma arma", explica uma fonte judicial. "Mas a investigação vai prosseguir e podem surgir elementos novos que confirmem ou não os indícios inicialmente recolhidos".

O suspeito do homicídio estava armado com uma pistola de gás adaptada a 6.35 milímetros, ou seja ilegal. A PSP encontrou em sua casa diversas munições. Foi detido por populares que o manietaram até à chegada da polícia.

Já a família de Bruno Candé admite que tudo tenha começado por causa da cadela nessa quarta-feira mas garante que o ator foi vítima de ataques racistas por parte do idoso logo da primeira vez que se encontraram. E que esses insultos se repetiram no sábado.

"Queremos que seja feita justiça e que estes ataques racistas parem. Já aconteceu antes e voltou a acontecer", critica ao Expresso a sobrinha do ator, Andreia Araújo. A família enfatiza "o caráter premeditado e racista deste crime hediondo".

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