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Covid-19. Mortalidade provoca recuo na esperança de vida

Covid-19. Mortalidade provoca recuo na esperança de vida
PATRICIA DE MELO MOREIRA/Getty Images

Estudo da Universidade de Oxford estima perda de dois anos de vida em Inglaterra e País de Gales. Recuo em Portugal não é certo. “Podemos já ter uma desaceleração do aumento da esperança de vida, mas ainda não uma redução”, diz a demógrafa Maria Filomena Mendes

A mortalidade provocada pela pandemia já fez recuar em quase dois anos a esperança de vida à nascença em Inglaterra e no País de Gales, segundo uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford. A estimativa é de que haja uma perda em todo o Reino Unido em 2020. Em Portugal, os demógrafos acreditam que o excesso de mortalidade também terá impacto na esperança de vida, mas o número de óbitos registados até agora não terá ainda tido dimensão suficiente para fazer recuar o número médio de anos que alguém que nasça hoje poderá esperar viver.

“Podemos já ter uma desaceleração do aumento da esperança de vida em Portugal, mas ainda não uma redução. Se houver uma segunda vaga de infeções, o cenário já será outro”, explica a demógrafa Maria Filomena Mendes. “Seja como for, uma desaceleração será sempre sentida como um recuo porque, com maior ou menor aceleração, a esperança de vida tem vindo a aumentar desde os anos 50. As pessoas têm adaptado as suas tomadas de decisão à ideia de terem cada vez mais anos de vida. Se houver essa retração, espero que seja apenas um sobressalto e consigamos rapidamente regressar à tendência crescente.”

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