Com a pandemia, a venda de máscaras disparou por toda a Europa. No meio da confusão, houve muitas empresas de certificação sem competência para avaliar estas máscaras a emitiram documentos a “comprovar” a qualidade das mesmas, revela o “Público” esta terça-feira.
Estas máscaras sem certificação acabaram por ser adquiridas por várias instituições públicas, nomeadamente hospitais, a Marinha, autarquias e a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Posteriormente, foram apreendidas e Portugal não foi exceção.
Segundo dados cedidos pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) ao jornal, já foram apreendidas 627 mil máscaras FFP por não obedecerem “aos requisitos de normalização”.
De acordo com os dados disponibilizados no site dos contratos públicos, entre 2 de março e 5 de junho, as instituições públicas fizeram 232 contratos para a compra de máscaras FFP2 e FFP3, também conhecidas como respiradores.
O “Público” contactou todas as entidades públicas que realizaram estas compras, pedindo que fosse fornecido o certificado de qualidade.
Dos 232 contratos, foi possível obter 50 documentos que atestavam a qualidade do produto. A maioria (28), contudo, apresentava pelo menos um documento que não foi atribuído por um organismo legalmente capacitado.
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