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Covid-19. As primeiras imagens reais do SARS-COV-2 em Portugal

Covid-19. As primeiras imagens reais do SARS-COV-2 em Portugal
FOTO Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (Tânia Carvalho/Pedro Pereira) e Instituto Gulbenkian de Ciência (Erin Tranfield)

As imagens obtidas através de microscopia eletrónica mostram pela primeira vez o novo coronavírus isolado em Portugal

As imagens feitas através de microscópios eletrónicos mostram pela primeira vez o novo coronavírus isolado em Portugal. Três investigadoras do Instituto de Medicina Molecular (IMM), coordenadas pelo virologista Pedro Simas, usaram amostras clínicas de zaragatoas para isolar o vírus, propagá-lo e infetar células em cultura. Depois de isolado — e em colaboração com o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) — foram obtidas estas primeiras imagens, cedidas ao Expresso, que mostram o ‘SARS-CoV-2-PT’.

Um dos vírus foi colorido artificialmente em computador para facilitar a visualização do detalhe morfológico: a vermelho (ver AQUI) está a coroa, típica dos coronavírus.

Isolar um vírus é fazê-lo crescer em suporte artificial que, neste caso, são células. Ou seja, é retirá-lo do humano para que os cientistas o possam testar e estudar em laboratório. Para o fazer, são necessárias condições de segurança muito específicas e certificadas. Tanto o Instituto Dr. Ricardo Jorge (INSA) como o IMM têm essas condições.

Agora que o vírus foi isolado em Portugal, a comunidade científica nacional passa a não estar dependente de outros países que já o tinham conseguido, como os Estados Unidos. Seria sempre possível que o enviassem para cá, mas é um processo demorado e que exige um tipo de transporte feito por empresas especializadas, uma vez que se trata de um agente infeccioso.

Como há neste momento vários centros de investigação em Portugal a desenvolver estudos nos quais é necessário trabalhar com o vírus, o IMM avançou para o isolamento do SARS-COV-2 que será agora partilhado com outros cientistas. Garantir que o país é autónomo e autosuficiente na sua investigação foi uma das razões por trás deste trabalho, assim como também foi uma das justificações para que um consórcio de centros de investigação nacionais criasse um protótipo de teste serológico que possa ser produzido em Portugal.

Com o novo coronavírus isolado, será possível estudar a resposta imunológica, os fármacos que reprimem a infeção viral, o tipo de vacina mais eficaz ou até tecidos que possam eliminar ou inativar o vírus.

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