Sociedade

Covid-19. Debate instrutório da Operação Marquês adiado sine die

O juiz Ivo Rosa tem nas mãos o futuro próximo dos arguidos da Operação Marquês
O juiz Ivo Rosa tem nas mãos o futuro próximo dos arguidos da Operação Marquês
Nuno Fox

Juiz Ivo Rosa invocou razões de saúde pública relacionadas com a imprevisibilidade da pandemia para adiar as sessões no tribunal

Covid-19. Debate instrutório da Operação Marquês adiado sine die

Hugo Franco

Jornalista

O debate instrutório da Operação Marquês foi adiado 'sine die'. O juiz Ivo Rosa invoca razões de saúde pública relacionadas com o surto do novo coronavírus para adiar por tempo indeterminado as restantes sessões no tribunal, confirmou ao Expresso fonte do processo.

Desta forma, ficam sem efeito as sessões que estavam marcadas para o final de março no âmbito deste processo mediático. No despacho de uma página e meia, Ivo Rosa considera que não faz sentido manter o seu agendamento devido à imprevisibilidade da pandemia que afeta já 448 pessoas em Portugal. O vírus já causou a morte de um homem de 80 anos.

Na última quarta-feira, o Conselho Superior da Magistratura tinha emitido uma nota em que recomendava que só se realizassem as sessões de julgamento ou outras diligências em que estivessem em causa direitos fundamentais, como por exemplo arguidos em prisão preventiva. O processo da Operação Marques já não tem nenhum detido preventivo.

Nessa altura, o juiz tinha determinado a suspensão das sessões, reagendando-as para 27 de março.

No início do mês, o procurador Rosário Teixeira pediu que o juiz Ivo Rosa leve a julgamento todos os 28 arguidos da Operação Marquês. Em causa estão suspeitas de 188 crimes de natureza económica. O MP alegou que deste modo será evitada pelos cidadãos a desconfiança no tratamento perante a Justiça. Até ao momento foram realizadas seis sessões do debate instrutório.

O caso tem como principal arguido José Sócrates, acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada. Outros arguidos do caso são Ricardo Salgado (antigo presidente do Banco Espírito Santo), Carlos Santos Silva (alegado “testa de ferro” de Sócrates), Joaquim Barroca (ex-administrador do Grupo Lena), Zeinal Bava, (ex-presidente executivo da PT), Armando Vara (antigo deputado e ministro e ex-administrador da CGD), Henrique Granadeiro (ex-gestor da PT) ou José Paulo Pinto de Sousa (primo de Sócrates).

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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