O Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP) afastou ontem um cenário de encerramento generalizado dos estabelecimentos de ensino por causa do surto de Covid-19. Todavia, o “alarme social” que a doença está a provocar nas comunidades educativas justifica o fecho das escolas, defendem os presidentes das duas associações de diretores, ouvidos pelo “Público” esta quinta-feira.
De acordo com o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, “neste momento há dois tipos de pandemia”: “uma que é vírica e outra que é provocada pelo medo”. Filinto Lima, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), subscreve a mesma posição e também reitera que os alunos “já não rendem como é normal em função de toda esta situação”.
O responsável máximo da Andaep confessa ter sido surpreendido pela posição do CNSP. “Ao longo do dia toda a gente esperava que as escolas fossem encerradas”, diz.
No início desta semana, a ANDE havia sugerido que as férias de Páscoa fossem antecipadas em duas semanas, reorganizando o calendário escolar de modo a permitir o encerramento imediato das escolas. Esta medida tem o apoio da Confederação Nacional das Associações de Pais.
Nenhum dos presidentes das associações de diretores de escolas públicas põe em causa que a decisão do CNSP faça sentido “do ponto de vista da saúde pública”, mas consideram que o Governo deve, no Conselho de Ministros de hoje, reavaliar a situação, escreve o jornal. O “alarme social” que a doença está a provocar justifica o encerramento de escolas, aponta Filinto Lima.
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