Sociedade

Tecnologia portuguesa vai ao Espaço medir exoplanetas

O desenvolvimento do satélite CHEOPS contou com o contributo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
O desenvolvimento do satélite CHEOPS contou com o contributo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
ESA

Satélite da ESA será lançado esta terça-feira para a órbita da Terra. O objetivo é calcular com precisão o tamanho de exoplanetas em 400 estrelas vizinhas do Sol

A Agência Espacial Europeia (ESA) lança, esta terça-feira, um pequeno e ambicioso satélite, preparado para orbitar a Terra a uma distância de 700 quilómetros, com o propósito de calcular “com uma precisão nunca antes alcançada” o tamanho de exoplanetas. O projeto, que envolve 11 países, contou com o contributo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) no desenvolvimento e teve um custo total de 100 milhões de euros.

Batizado de CHEOPS e empurrado por um foguete russo Soyuz — desde a base na Guiana Francesa até ao Espaço — leva a bordo a tecnologia de três empresas portuguesas (FreziteHP, LusoSpace e Deimos Engenharia).

A missão, com uma duração inicial de três anos e meio, tem como objetivo catalogar novos mundos e identificar possíveis sistemas planetários em 400 estrelas vizinhas do Sol.

A cientista da ESA, Ana Heras, citada pelo diário “El País”, explica que “a principal tarefa do CHEOPS não é descobrir novos planetas, mas observar estrelas onde sabemos que existem, para dessa forma determinar os seus tamanhos com uma precisão nunca antes alcançada”.

A investigadora assevera que “poderemos encontrar 400 planetas ou mais, cujo tamanho estará entre os grandes mundos gasosos e planetas rochosos como o nosso”, acrescentando que “a missão é especialmente boa no alcance de planetas com um raio compreendido entre o da Terra e o de Neptuno”.

Milhões de candidatos em zona habitável

Este será o primeiro observatório espacial europeu capaz de calcular com alta precisão o raio de um exoplaneta. O lançamento do satélite é apenas a primeira etapa de um programa mais vasto de exploração espacial, no qual se inclui o lançamento de Plato em 2026, seguido dois anos depois por Ariel (que permitirá ver atmosferas de planetas extrassolares).

A deteção do primeiro planeta fora do Sistema Solar ocorreu em 1995, quando Michel Mayor, coadjuvado pelo seu aluno Didier Queloz, anunciou a descoberta de um corpo celeste do tamanho de Júpiter a orbitar a estrela 51 Pegasi, num movimento de translação mais próximo do que o de Mercúrio.

Até à atualidade, quatro mil exoplanetas foram descobertos e as estimativas apontam que há milhões de candidatos em zona habitável.

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