Sociedade

Tancos. Juiz Carlos Alexandre espera luz verde do Conselho de Estado para ouvir Costa

Tancos. Juiz Carlos Alexandre espera luz verde do Conselho de Estado para ouvir Costa
Foto Paulo Cunha/ Lusa

Primeiro-ministro é testemunha do ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes na fase de instrução do processo de Tancos

Tancos. Juiz Carlos Alexandre espera luz verde do Conselho de Estado para ouvir Costa

Hugo Franco

Jornalista

Tancos. Juiz Carlos Alexandre espera luz verde do Conselho de Estado para ouvir Costa

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

Só falta a luz verde do Conselho de Estado para ser possível a audição requerida ao primeiro-ministro, António Costa, no âmbito do processo de Tancos. "Competirá ao Conselho de Estado pronunciar-se pela concessão ou não da referida autorização para depor", escreveu o juiz Carlos Alexandre no despacho do Tribunal Central de Instrução Criminal.

O magistrado dá ordens para oficiar o presidente do Conselho de Estado [que é o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa] para que seja "submetido à consideração daquele superior Conselho" o pedido de autorização para prestação de depoimento, presencial, como testemunha" do primeiro-ministro. Algo que tinha sido pedido pela defesa do ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, arguido no processo.

O juiz Carlos Alexandre enviou por isso uma cópia da acusação do processo e outra do Requerimento de Abertura de Instrução de Azeredo Lopes juntamente com o pedido de autorização para a audição do primeiro-ministro. "Oportunamente e, sendo concedida autorização agendar-se-à, em conciliação de agenda com os intervenientes", refere o magistrado.

Devido “à complexidade das matérias em questão”, o juiz Carlos Alexandre quer que as inquirições na fase de instrução sejam feitas no Tribunal Central de Instrução Criminal. E não admite respostas por escrito, por videoconferência ou por carta rogatória.

Azeredo Lopes havia arrolado como testemunha o primeiro-ministro António Costa nesta fase de instrução para "prova dos factos alegados". Além de Costa, o ex-ministro da Defesa pediu para serem ouvidos por Carlos Alexandre o chefe de Estado Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro; o ex-CEMGFA António Pina Monteiro; o embaixador de Portugal na NATO, Almeida Sampaio, entre outros.

Carlos Alexandre já fixou datas para o almirante Silva Ribeiro (9h30 de 27 de janeiro de 2020), António Pina Monteiro (10h30 do mesmo dia) e Almeida Sampaio (14h00 desse dia).

O processo de Tancos tem 23 acusados, entre eles o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, o diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão e o ex-fuzileiro João Paulino. O Ministério Público acusa os arguidos de crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

O furto das armas em Tancos realizou-se na madrugada de 28 de junho de 2017. As armas foram depositadas num baldio da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM e GNR de Loulé e que é investigada pelo DCIAP.

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