Sociedade

Santos Silva diz já ter recebido €250 mil que emprestou a Sócrates e garante que comprou os livros por amizade

Santos Silva diz já ter recebido €250 mil que emprestou a Sócrates e garante que comprou os livros por amizade
Tiago Miranda

O amigo do ex-primeiro-ministro foi ouvido durante mais de 18 horas, ao longo de três dias. Está acusado de 33 crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva, branqueamento de capitais e evasão fiscal

Santos Silva diz já ter recebido €250 mil que emprestou a Sócrates e garante que comprou os livros por amizade

Rui Gustavo

Jornalista

Carlos Santos Silva diz que já recebeu 250 mil euros dos 510 mil que havia emprestado a José Sócrates, apurou o Expresso. Esta sexta-feira, naquele que foi o terceiro dia de audição, o amigo do ex-primeiro-ministro confirmou o pagamento de parte do empréstimo e disse que comprou os livros de Sócrates (mais de 500, de acordo com o que afirmou o ex-PM no interrogatório) por amizade.

Santos Silva, que está acusado de 33 crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva, branqueamento de capitais e evasão fiscal, foi ouvido durante mais de 18 horas, ao longo de três dias. Nos dois primeiros negou conhecer Ricardo Salgado e ser o intermediário ou o destinatário dos 12 milhões de euros que, na versão do MP, Ricardo Salgado pediu a Helder Bataglia que fizesse chegar a José Sócrates.

Disse também que os 23 milhões de euros que estavam em contas na Suíça e trouxe para Portugal são, de facto, seus e não de José Sócrates. E garantiu que o apartamento de Paris é também seu, e não do ex-primeiro-ministro. Admitiu que também tinha um cofre num banco que estava em nome do advogado Gonçalo Trindade Ferreira onde guardava 200 mil euros em dinheiro vivo que usava em negócios no estrangeiro. "Coisas do mundo da construção civil".

Para o MP, deixou que as suas contas bancárias servissem de veículo para fazer chegar a José Sócrates dinheiro corrupto. Pediu a instrução do processo com o argumento de que esteve dez anos a ser investigado ilegalmente, sem qualquer controlo de um juiz, através de inspeções preventivas. Se este argumento foi aceite por Ivo Rosa, grande parte dos crimes que o MP lhe imputa podem cair.

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