Sociedade

Espeleólogos portugueses estão localizados e autoridades acreditam em resgate nas próximas horas

Espeleólogos portugueses estão localizados e autoridades acreditam em resgate nas próximas horas
Pedro Puente Hoyos/ EPA

Em conferência de imprensa, a conselheira da Presidência e Justiça do Governo da Cantábria, assegurou que os quatro espeleólogos tinham a expedição “bem preparada”

Espeleólogos portugueses estão localizados e autoridades acreditam em resgate nas próximas horas

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

O governo da Cantábria, no norte de Espanha, assegurou que foram localizados os quatro espeleólogos portugueses nas grutas de Cueto-Coventosa, nos arredores de Santander. No entanto, o resgate continua dependente da descida do nível da água, explicou aos jornalistas no local Paula Fernández, conselheira da Presidência e Justiça do Executivo.

“Temos esperança de que isto fique resolvido ao longo do dia [esta segunda-feira]”, disse a representante, citada pela agência EFE, que sublinhou ainda que o grupo estava “perfeitamente preparado, conhecia a gruta e tinha-a estudado” e, por isso, quando a água baixar devem ser os próprios a aproximarem-se do local onde se encontram as equipas de resgate.

Sem conseguirem contactar com os portugueses no interior da gruta, as autoridades acreditam que estes se encontram numa zona chamada “Los Lagos”, que fica a cerca de três ou quatro horas de distância do local por onde a equipa de espeleólogos deveria ter saído pelas 12h deste domingo (menos uma hora em Portugal continental).

Dentro de poucas horas, um dos membros da equipa de resgate deverá regressar ao exterior da gruta e então será possível perceber melhor como as autoridades vão conduzir a operação de resgate. Caso não seja possível completar o salvamento ainda esta segunda-feira, a representante do Governo da Cantábria coloca a hipótese de que o resgate seja feito pela entrada da gruta do Cueto, ou seja, pela mesma entrada por onde os espeleólogos começaram a travessia.

“Vamos pensar que esse é o plano B e que não o vamos ter de levar a cabo e que ainda esta segunda-feira teremos a sorte de os conseguir tirar”, disse aos jornalistas.

O resgate pela entrada da gruta do Cueto foi uma possibilidade já levantada ao Expresso por Sérgio Barbosa, da Federação Portuguesa de Espeleologia, organismo a que pertencem os organizadores da viagem, o Clube de Montanhismo Alto Relevo de Valongo. “Estas são grutas relativamente conhecidas e, tal como a maioria das grutas, importantes por serem fontes de água. Habitualmente quem faz esta expedição entra pelo Cueto e desce até à Coventosa, por onde sai. São cerca de 600 metros. Na pior das hipóteses, se a água não escoar, o resgate pode ser feito pelo Cueto e, basicamente saem por onde entraram. É mais difícil mas não é de todo impossível. À partida a situação está controlada.”

O grupo participava numa expedição com outros espeleólogos, que deram o alerta para o desaparecimento dos portugueses. Os quatro tinham entrado pela gruta de Cueto (no topo da montanha) no sábado por volta das 12h (mais uma hora em Portugal continental) e era esperado que, na pior das hipóteses, a expedição estivesse terminada por volta da mesma hora de domingo e saíssem pela base da montanha, na gruta de Coventosa. “É expectável que esta descida demore cerca de 20 horas, embora se admita que em casos de espeleólogos muito experientes possa demorar cerca de 16 horas”, dizia Sérgio Barbosa.

A previsão meteorológica para a região de Santander aponta para céu nublado e possibilidade de queda de chuva ligeira nas próximas horas, o que poderá fazer subir o nível da água na gruta, e assim se deve manter até ao final desta segunda-feira.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mpgoncalves@expresso.impresa.pt

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