Ainda não há previsão para o resgate dos espeleólogos portugueses
O nível da água impede os portugueses de saírem da gruta e impossibilita a entrada das equipas de socorro avançarem com o resgate
O nível da água impede os portugueses de saírem da gruta e impossibilita a entrada das equipas de socorro avançarem com o resgate
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Para já a solução é esperar que o nível da água baixe nas grutas da Cueto-Coventosa, nos arredores de Santander, o norte de Espanha. E, por isso mesmo, ainda não é possível apontar quanto tempo será necessário para resgatar os quatro portugueses - com idades entre os 30 e 40 anos - que este fim de semana participavam numa expedição de espeleologia. A previsão meteorológica para a região de Santander aponta para céu nublado e possibilidade de queda de chuva ligeira nas próximas horas, o que poderá fazer subir o nível da água na gruta, e assim se deve manter até ao final desta segunda-feira.
“Ainda não sabemos quanto tempo pode demorar, depende da chuva. O resgate só pode ser feito quando o nível de água baixar. A água impede os portugueses de saírem e, ao mesmo tempo, impede as equipas de resgate de entrarem”, explica ao Expresso Sérgio Barbosa, da Federação Portuguesa de Espeleologia, organismo a que pertencem os organizadores da viagem, o Clube de Montanhismo Alto Relevo de Valongo. “O ESOCAN [Fundación Espeleosocorro Cántabro, que participa diretamente nas operações] não nos está a dar estimativa de tempo”, acrescenta.
Os quatro portugueses entraram pela gruta de Cueto (no topo da montanha) no sábado por volta das 12h (mais uma hora em Portugal continental) e era esperado que, na pior das hipóteses, a expedição estivesse terminada por volta da mesma hora de domingo e saíssem pela base da montanha, na gruta de Coventosa. “É expectável que esta descida demore cerca de 20 horas, embora se admita que em casos de espeleólogos muitos experientes possam demorar cerca de 16 horas”, diz Sérgio Barbosa.
O local onde os portugueses se encontram é já na base da montanha, na parte da gruta de Coventosa, que sendo uma nascente, está sempre “a fazer com que água no interior saia”. O problema neste caso foi que os quatro homens não esperavam a chuva intensa que se fez sentir na zona durante o fim de semana.
“Estas são grutas relativamente conhecidas e, tal como a maioria das grutas, importantes por serem fontes de água. Habitualmente quem faz esta expedição entra pelo Cueto e desce até à Coventosa, por onde sai. São cerca de 600 metros”, aponta o membro da direção da Federação Portuguesa de Espeleologia. “Na pior das hipóteses, se a água não escoar, o resgate pode ser feito pelo Cueto e, basicamente saiam por onde entraram. É mais difícil mas não é de todo impossível. À partida a situação está controlada.”
O grupo participava numa expedição com outros espeleólogos, que terminaram primeiro o percurso e que deram o alerta para o desaparecimento dos portugueses.
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