Sociedade

Incêndio no Pinhal de Leiria fica sem culpados

Incêndio  no Pinhal de Leiria fica sem culpados
Tiago Pereira Santos

PJ diz que dois fogos postos destruíram 86% do Pinhal em 2017. Xana é acusada pela queimada das silvas junto à sua casa, que deu origem a uma das frentes, mas não pela destruição provocada. Julgamento começa quinta-feira

Incêndio  no Pinhal de Leiria fica sem culpados

Raquel Moleiro

Jornalista

Incêndio  no Pinhal de Leiria fica sem culpados

Hugo Franco

Jornalista

Incêndio  no Pinhal de Leiria fica sem culpados

Tiago Pereira Santos

Coordenador de Arte Digital e Vídeo

As silvas estão lá de novo, viçosas, a trepar o muro inacabado, de tijolo nu, que separa o quintal de Xana do início do Pinhal. A sua casa da Burinhosa, no concelho de Alcobaça, é a última de uma viela estreita. Basta sair da porta metálica azul-turquesa, virar à esquerda e logo os pés pisam areia e o corpo se embrenha na mata nacional. Ali foi sinalizado o ponto zero de um dos incêndios florestais (foram dois) que a 15 de outubro de 2017 reduziram a nada 9476 dos 11 mil hectares do Pinhal de Leiria. E a moradora, de 68 anos, foi acusada da autoria da “queimada dos silvados” que esteve na origem da tragédia. “Então eu lá ia pôr em perigo a minha casa? E às seis e tal da manhã? Estava a dormir, foram os vizinhos que me acordaram. O fogo entrou-me no terreno, olhe ali os pinheiros chamuscados, podia ter ido tudo. O que lhe conto a si disse-lhes a eles, mas mesmo assim fizeram-me arguida”, explica com desconsolo.

Eles, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Leiria, constroem uma narrativa diferente do que aconteceu há quase dois anos. Na acusação, dá-se como certo que Xana “lançou fogo ao mato e silvas existentes num terreno baldio junto à sua residência” e que “sabia que a sua conduta era proibida pela lei penal”. Alimentadas pelo furacão “Ophelia”, as chamas mantiveram-se vivas cinco dias e percorreram mais de 50 quilómetros para norte, dali à Figueira da Foz.

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