Sociedade

O que é um cateterismo, o exame que Marcelo Rebelo de Sousa tem de fazer?

O que é um cateterismo, o exame que Marcelo Rebelo de Sousa tem de fazer?
HUGO DELGADO

Presidente da República anunciou, no programa da SIC “Alta Definição”, que a recandidatura depende de questões de saúde. Para as avaliar, vai fazer um exame médico chamado cateterismo. O que é e para que serve?

A entrevista de Marcelo Rebelo de Sousa ao programa Alta Definição, conduzido na SIC por Daniel Oliveira, só será exibida no próximo sábado, mas já trouxe novidades. O Presidente da República pôs o ónus de uma eventual recandidatura na forma como a sua saúde estiver em 2020. Assumindo-se hipocondríaco, explicou que tem de fazer um cateterismo para avaliar a saúde cardíaca. Mas o que significa o termo médico?

“É um procedimento simples, em que se introduz um cateter [daí o nome do exame] na artéria, usando a virilha ou o punho. A ideia é perceber o calibre das artérias”, explica o médico de clínica geral Carlos Arroz. Se alguma dessas artérias coronárias, nome dado aos vasos sanguíneos que irrigam o coração, estiver apertada, com excesso de cálcio, é preciso intervir, fazendo uma “desobstrução do aperto nas coronárias”.

Como é natural, explica o médico, o procedimento tem riscos, que “dependem mais da doença de base” do que da intervenção, especialmente se o doente tiver um histórico de enfarte. Porém, mesmo que haja uma paragem cardíaca, “estamos num bloco operatório, a equipa tem uma capacidade de resposta imediata”. Carlos Arroz lembra que “antigamente, quando havia uma doença coronária, era preciso fazer uma intervenção cirúrgica. Agora usa-se este método muito menos invasivo.”

A não ser em casos excecionais, a recuperação é rápida e não obrigaria o Presidente a ausentar-se durante muito tempo da vida pública. O médico contactado pelo Expresso lembra, ainda assim, que “o estilo de vida dos políticos potencia” este tipo de problemas. “A ampliação das artérias tem a ver com a idade, mas muito com o stress.” Mais do que má alimentação ou tabagismo, os médicos têm lidado com uma “situação nova”, que é a de haver cada vez mais casos provocados pelo stress. “E em pessoas cada vez mais novas”, alerta Carlos Arroz.

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