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Rio acusa Governo de montar “um circo com fins eleitorais”, SNMMP promete greve cirúrgica caso acordo com Antram falhe

Em carta a Rui Rio, os líderes da estrutura do PSD do Rio de Janeiro referem que o processo das listas traduziu-se em algo privado, autoritário e equivocado
Em carta a Rui Rio, os líderes da estrutura do PSD do Rio de Janeiro referem que o processo das listas traduziu-se em algo privado, autoritário e equivocado
Hugo Delgado/Lusa

Caso as negociações com a Antram falhem, o SNMMP poderá voltar à greve. Essa possibilidade está acautelada na moção aprovada no domingo em plenário e que permitiu desconvocar a paralisação. Em todo o caso, futuras greves serão sempre “cirúrgicas”: às horas extraordinárias e ao trabalho aos feriados e fins-de-semana

Rio acusa Governo de montar “um circo com fins eleitorais”, SNMMP promete greve cirúrgica caso acordo com Antram falhe

Fábio Monteiro

Jornalista

Fazendo eco da “overdose mediática” diagnosticada por Luís Marques Mendes na SIC quanto à gestão da greve que terminou ontem, também Rui Rio, no domingo à noite, veio acusar o Governo de “exagero”, “dramatização” e de montar “um circo com fins eleitorais”. O presidente do PSD reagiu à notícia do fim da paralisação dos motoristas de matérias perigosas pelo Twitter.

“Bastou o Governo parar com a dramatização e com as ameaças, e tudo se começou a resolver. Tal como com o dossier dos professores antes das europeias, voltamos a assistir ao exagero e à montagem de um circo com fins eleitorais - ao Governo a servir o PS em vez de servir Portugal”, escreveu Rio.

O líder social-democrata saudou os motoristas pela sua decisão de pôr fim à greve e conseguirem que volte a haver negociações e criticou o executivo de Costa. “O Governo, colado à ANTRAM, procurou aproveitar-se destes profissionais para tentar obter ganhos eleitorais. Não é politicamente aceitável e prejudicou desnecessariamente o País”, apontou.

Horas antes das palavras de Rio, também António Costa já havia acorrido às redes sociais para saudar a decisão do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP). “Saúdo a decisão de desconvocação da greve dos motoristas de matérias perigosas, formulando votos de sucesso para o diálogo que agora se retoma entre as partes”, escreveu o primeiro-ministro.

António Costa visita esta segunda-feira de manhã a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) para avaliar as condições para declarar o fim da crise energética. A visita à ENSE está agendada para as 8h00 e, em seguida, o primeiro-ministro desloca-se, às 9h00, ao Comando Conjunto para as Operações Militares do Estado-Maior General das Forças Armadas, em Oeiras, seguindo depois para as instalações do Sistema de Segurança Interna (SIS).

Recorde-se: o Conselho de Ministros declarou a 9 de agosto a situação de crise energética, para o período compreendido entre as 23h59 desse dia e as 23h59 de 21 de agosto, para todo o território nacional.

Futuro ainda pode guardar novas greves

Caso as negociações com a Antram falhem, o SNMMP poderá voltar à greve. Essa possibilidade está acautelada na moção aprovada no domingo em plenário e que permitiu desconvocar a paralisação. Em todo o caso, futuras greves serão sempre “cirúrgicas”: às horas extraordinárias e ao trabalho aos feriados e fins-de-semana.

“Caso a Antram demonstre uma postura intransigente na reunião do próximo dia 20 de Agosto, [os associados reunidos em plenário deliberam] mandatar a direcção da SNMMP para continuar a desencadear todas as diligências consideradas necessárias na defesa dos motoristas de matérias perigosas, inclusive recorrendo à medida mais penalizante, a convocação de greves as horas extraordinárias, fins-de-semana e feriados até que os interesses dos motoristas sejam efectivamente assegurados”, lê-se na moção.

Após uma semana de greve, cumprem-se esta segunda-feira vinte e quatro horas de paragem na luta sindical dos motoristas. Amanhã, terça-feira, Antram e SNMMP vão encontrar-se à mesa de negociações, num encontro mediado pelo Governo.

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