Ainda o país não sabia da importância dos motoristas de transporte de matérias perigosas e já a Madeira tinha um acordo entre patrões e sindicato capaz de resistir às greves nacionais. Os aumentos salariais foram negociados em fevereiro e entraram em vigor em março. Desde essa altura que as contas ao fim do mês são feitas da seguinte forma: 635 euros de salário base, 5,20 euros por dia de subsídio de alimentação, 9,20 euros por cada diuturnidade e um acréscimo de 25% no ordenado por trabalhar sozinho na carga e descarga do combustível.
“Foi o que conseguimos, somos um sindicato modesto”, explica Lino Gonçalves, do Sindicato dos Rodoviários e Metalúrgicos da Madeira. O que conseguiram representou para os cerca de 60 motoristas de transporte de matérias perigosas mais 200 euros por mês. Além de aumentos no salário base, de actualizações no subsídio de alimentação e nas diuturnidades (que têm um limite de duas), o sindicato conseguiu ainda aumentar o acréscimo aos motoristas que trabalham sozinhos. Ou seja, os que fazem a descarga da cisterna para os postos de abastecimento de combustíveis.
Esse acréscimo era de 15% e passou a 25% e o cálculo é feito somando o salário base às diuturnidades. “Na Madeira, todos os motoristas têm mais de 6 anos de serviço, este aumento inclui as duas diuturnidades”. Segundo as estimativas do Sindicato dos Rodoviários e Metalúrgicos, o ordenado médio do motorista de transporte de matérias perigosas deve rondar os 1.200 euros mensais.
É este acordo, que foi assinado pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) em representação dos patrões e pelo sindicato, que tem mantido o sector estável e, pelo menos por enquanto, imune à contestação que se vive ao nível nacional.
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