O impasse irá manter-se nos próximos dias. Esta parece ser uma certeza depois das reuniões no Ministério das Infraestruturas entre os dois sindicatos (dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias) e o Governo. E no dia do encontro entre o ministro Pedro Nuno Santos com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e a Fectrans, no mesmo local.
Ao Expresso, Anacleto Rodrigues, porta-voz do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, uma das pessoas que esteve no Ministério, mostra um discurso cauteloso, garantindo que só no próximo sábado, durante os dois plenários agendados para aquele dia, é que os associados irão decidir se aprovam, ou não, a proposta avançada esta segunda-feira à noite pelo Governo: a do mecanismo legal de mediação. "Não são os dirigentes a decidir mas sim os associados. Não posso falar por eles. Tenho este dever de lealdade para com eles."
É por essa razão que Anacleto Rodrigues remete qualquer tomada de posição para esses plenários (que irão ter lugar em Leiria e em Aveiras).
Caso os motoristas concordem com esta proposta de mediação de Pedro Nuno Santos, terão de desconvocar a paralisação agendada para o dia 12. "Esta mediação terá de ocorrer entre as partes sem a existência do pré-aviso de greve", explica Anacleto Rodrigues. Depois disso, voltaria a ter lugar uma maratona de reuniões entre todas as partes do conflito que se pode prolongar por dois meses.
Uma posição diferente àquela manifestada por Pedro Pardal Henriques ao "Público". O porta voz do Sindicato de Motoristas de Matérias Perigosas disse recusar a proposta do Governo e que os motoristas não vão cancelar a greve “em troca de uma promessa de desencadear um processo que já antes aconteceu e que não teve resultados”.
Ainda assim, Pardal Henriques diz que vai apresentar a proposta aos associados no sábado.
Ambos os dirigentes defendem que deve ser a ANTRAM a dizer agora se aceita as propostas apresentadas pelos dois sindicatos esta segunda-feira no Ministério das Infraestruturas, e a apresentar uma contraproposta. “Se houver alguma proposta da ANTRAM naqueles pontos-chave”, vão levá-la a plenário no dia 10 de agosto, altura em que vão estar reunidos com os associados. “Só sábado se vai decidir se a greve é mantida ou desconvocada”, diz Anacleto Rodrigues.
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