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Reunião entre Governo e sindicatos dos motoristas prolonga-se para a tarde. Pardal Henriques diz que “está a correr bem”

Reunião entre Governo e sindicatos dos motoristas prolonga-se para a tarde. Pardal Henriques diz que “está a correr bem”
ESTELA SILVA/GETTY

Após pausa para almoço, as negociações entre os sindicatos dos motoristas de matérias perigosas e o Governo vai continuar

Reunião entre Governo e sindicatos dos motoristas prolonga-se para a tarde. Pardal Henriques diz que “está a correr bem”

Hugo Franco

Jornalista

Reunião entre Governo e sindicatos dos motoristas de matérias perigosas vai prolongar-se durante a tarde. Pedro Pardal Henriques não quis fazer grandes declarações mas adiantou que a conversa com o ministro Pedro Nuno Santos “está a correr bem”.

Por causa do prolongamento da reunião entre o ministro Pedro Nuno Santos e o sindicato das matérias perigosas, o encontro entre o Governo e os patrões da ANTRAM ficou adiado para o final da tarde ou mesmo para amanhã, terça-feira, apurou o Expresso.

À saída para almoçar, Pedro Nuno Santos não quis adiantar grande informação sobre o andamento da reunião mas confirmou que as conversas entre sindicatos e patrões vão ser feitas separadamente.

Ou seja, confirma-se que patrões e sindicatos não vão mesmo estar à mesma mesa de negociações. As reuniões vão mesmo ser realizadas separadamente com o ministro das Infraestruturas.

Conversações foram entretanto retomadas às 16h.

Contradições ou nem por isso?

As declarações de Anacleto Rodrigues, dirigente do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, que está unido ao sindicato das matérias perigosas no apelo à greve, deixam no ar algumas contradições sobre o que se terá passado da parte da manhã.

“De manhã tivemos reunidos com o senhor ministro para ele conhecer o nosso sindicato. Tivemos a trocar umas pequenas impressões. Sozinhos e sem os colegas das matérias perigosas. Agora é que vamos ter a reunião conjunta com o ministro e com os nossos colegas do outro sindicato”, afirmou aos jornalistas.

A frase parece contradizer as declarações de Pedro Pardal Henriques à saída do ministério das Infraestruturas antes da hora de almoço. Questionado pelos jornalistas sobre se a reunião tinha corrido bem, o dirigente garantiu que sim e que a mesma se iria prolongar pela parte da tarde.

Anacleto Rodrigues fez ainda questão de se demarcar da proposta apresentada por Pedro Pardal Henriques (sobre o contrato coletivo de trabalho de seis anos e com aumentos de 50 euros). “Não estamos vinculados a ela. O dr Pardal Henriques já nos disse que ia explicar como funcionava. Ainda não conhecemos a proposta da maneira como a apresentou.”

A entrevista ao Expresso

Como avançou em entrevista ao Expresso este sábado, Pedro Pardal Henriques vai apresentar várias propostas ao gabinete de Pedro Nuno Santos, entre elas a de um contrato coletivo de trabalho com duração de seis anos e com aumentos graduais de 50 euros. A ideia, garante Pardal Henriques, é chegar a um consenso para evitar a greve.

O Expresso sabe que o Governo tem feito grande pressão junto de motoristas e patrões para chegarem a um consenso e evitar a greve do dia 12 que irá novamente causar transtornos aos portugueses, muitos deles em período de gozo de férias.

André Almeida, que representa a ANTRAM, disse também ao Expresso este sábado que a entrevista dada por Pardal Henriques na RTP, na última quarta-feira, veio revelar que os sindicatos não pretendem chegar a acordo nenhum.

Em comunicado enviado às redações este sábado, em reação desta vez à entrevista de Pardal Henriques ao Expresso, a ANTRAM afirma que "percebendo que existe um sentimento generalizado da população portuguesa contra esta greve por a mesma reclamar em 2019 aumentos para 2021 e 2022, o Sindicato veio, de forma ardilosa e disfarçada, tentar enganar a ANTRAM e os portugueses". Acrescenta que
os trabalhadores não aceitam levantar o pré-aviso de greve, "mantendo esta chantagem e pressão inaceitáveis, com a qual a associação não está disponível para negociar".

"É pois uma tentativa frustrada de tentar lavar a cara perante a população portuguesa quando na verdade o que este sindicato quer – como aliás sempre quis – é ir para a greve sem olhar aos portugueses e ao país", concluem os patrões.

[NOTÍCIA ATUALIZADA ÀS 16H12]

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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