Reconhecendo o alarmismo gerado pelas recentes notícias sobre as mortes de turistas norte-americanos em resorts na República Dominicana, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português recomenda precaução por parte dos turistas portugueses que se deslocam ao país.
Na secção dedicada à República Dominicana, no portal das Comunidades Portuguesas, o MNE atualizou as recomendações para os viajantes lusos que planeiam viajar para esta nação das Caraíbas, apelando para que tenham especial cuidado quanto ao consumo de bebidas e para que optem sempre pela água engarrafada.
“Sugerimos aos nossos cidadãos que têm como destino a República Dominicana que mantenham as precauções habituais de segurança, nomeadamente no que diz respeito ao consumo de bebidas de qualquer tipo, lembrando que a água da rede pública (da torneira) não é viável para o consumo humano”, pode ler-se no site.
No aviso, a secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas refere também “não é ainda completamente claro o motivo dos óbitos” repentinos no país, apesar das suspeitas recaírem sobre o consumo de bebidas alcoólicas contrafeitas.
Ainda assim, a tutela realça que os casos de mortes na República Dominicana noticiadas pela imprensa são pontuais, acrescentando que esta nação das Caraíbas recebe cerca de seis milhões de turistas por ano, sem que tenham sido registados “incidentes de relevo.”
Recomenda-se ainda que os turistas se vacinem contra a difteria, o tétano, a poliomielite, a febre tifóide, as hepatites A e B e a raiva, uma vez que se assinalam essas doenças no país.
Por último, a secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas sublinha que é vital que os turistas façam um seguro médico e de viagem – que “cubra totalmente os encargos com eventuais despesas de saúde no local, bem como os custos de um repatriamento sanitário” – antes de partirem para a República Dominicana, uma vez que a assistência nos hospitais privados locais tem preços avultados.
Pedidos de informações de portugueses
Ao Expresso, fonte da secretaria de Estado das Comunidades avançou que o Gabinete de Emergência Consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros recebeu na semana passada cinco pedidos de informação sobre a situação na República Dominicana.
De acordo com a mesma fonte, os conselhos aos viajantes que constam do portal das Comunidades “foram também veiculados à Associação Portuguesa de Agências de Viagem (APAVT), com a qual o Ministério dos Negócios Estrangeiros possui uma colaboração estreita por via de um protocolo formalizado em 2018”.
Na segunda-feira, as autoridades norte-americanas confirmaram mais um óbito nacional na República Dominicana: Vittorio Caruso, um cidadão nova iorquino, de 56 anos, que sofreu um ataque cardíaco após ter tomado uma bebida num resort em Santo Domingo. Pelo menos 19 turistas dos EUA morreram em hotéis de luxo daquela ilha das Caraíbas – oito este ano e 11 em 2018 – situação que está a alarmar as autoridades.
O FBI já enviou uma equipa para a República Dominicana para investigar os casos, de forma a perceber se existe uma relação direta entre todas as mortes. A mais recente suspeita recai sobre a possibilidade de poderem ter sido servidas bebidas alcoólicas adulteradas em vários resorts do país, mas ainda não foram divulgados os resultados dos exames toxicológicos, nem de todas as autópsias às vítimas.
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