Sociedade

Valdemar Alves julgado por sete crimes de homicídio

Presidente da Câmara de Pedrógão vai responder pela morte de sete pessoas nos incêndios de há anos. Está ainda pronunciado por quatro crimes de ofensas à integridade física

Valdemar Alves julgado por sete crimes de homicídio

Rui Gustavo

Jornalista

Valdemar Alves julgado por sete crimes de homicídio

Hugo Franco

Jornalista

Valdemar Alves não foi acusado de qualquer crime pelo Ministério Público porque durante a investigação argumentou que tinha delegado as responsabilidades de gestão do material combustível no vice-presidente da Câmara, José Graça. Mas na fase de instrução, Ricardo Sá Fernandes, advogado dos familiares de uma das vítimas, juntou ao processo atas de reuniões que provavam que o presidente da Câmara tinha conhecimento e responsabilidade nas decisões que foram tomadas.

Agora, o juiz de instrução Gil Vicente decidiu que há provas suficientes para levar Valdemar Alves a julgamento pela prática de sete crimes de homicídio e quatro de ofensas corporais por negligência. No despacho, o magistrado explica que "Valdemar Alves era Presidente da Câmara, detendo a responsabilidade pela coordenação da gestão e manutenção dos espaços florestais daquele município (...) bem como providenciar pela criação e manutenção da faixa de gestão de combustível" e "não tendo procedido, por si ou por intermédio de outrem, ao corte das árvores e vegetação (...) e conhecendo a obrigatoriedade de o fazer, agiu sem o cuidado devido" e não tomou medidas "que deveria ter adoptado para evitar os resultados que podia e devia prever, mas não previu - a morte das pessoas".

Valdemar Alves era presidente da Câmara Pedrógão na altura dos incêndios. No mandato anterior, o autarca tinha sido apoiado pelo PSD mas nas últimas eleições foi reconduzido no cargo, já depois da tragédia, com o apoio do PS. É também arguido no processo da reconstrução por suspeita de fraudes e irregularidades na reconstrução das casas danificadas pelo incêndio.

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